«O tráfico de órgãos foi facilitado pela globalização», assinalou a médica Helena Alves, durante os trabalhos da manhã do XXII encontro nacional da Pastoral da Saúde
«O tráfico de órgãos foi facilitado pela globalização», assinalou a médica Helena Alves, durante os trabalhos da manhã do XXII encontro nacional da Pastoral da SaúdeSerá que é legítimo aproveitar os problemas dos pobres para criar uma fonte de órgãos questionou a oradora, durante a primeira manhã dos trabalhos que decorrem em Fátima até 3 de Dezembro. Há quem esteja a criar lucros à custa dos pobres que vendem os seus órgãos por valores ridículos, afirmou Helena Alves.
Quem vende, vive na miséria e aproveita esse dinheiro para melhorar a vida. No entanto, muitos sofrem de desnutrição e de alcoolemia, acabando por vir engrossar a lista de espera de pessoas que necessitam de transplantes. Índia e Leste europeu aparecem como países vendedores enquanto que os países ricos da Europa são potenciais compradores. a Colômbia, que assinou recentemente a Declaração de Istambul tem sido um dos países vendedores de órgãos, onde os vizinhos da República Dominicana recorrem para garantir mais saúde. E há no Brasil, quem faça anúncios para vender um órgão.
a Declaração de Istambul, assinada em 2008, é um documento que pretende estabelecer uma nova plataforma global sublinhando a missão e a prática da saúde pública. Já foi subscrita por todos os países, incluindo Colômbia e China (onde os órgãos dos condenados à morte eram vendidos). a médica Maria João aguiar considerou que a declaração médica assinada em Istambul, em 2008, é um importante documento contra o tráfico de órgãos. Para nós é impensável que sejam os pobres a dar saúde aos ricos, frisou.