«é preciso purificar a esperança. E a interrogação que nos lança este tempo litúrgico dirige-se particularmente aos cristãos: desejamos verdadeiramente esse encontro com Cristo?»
«é preciso purificar a esperança. E a interrogação que nos lança este tempo litúrgico dirige-se particularmente aos cristãos: desejamos verdadeiramente esse encontro com Cristo?»Os cristãos que desejam e procuram esse encontro tornam-se artífices da construção de um mundo novo. Se não formos capazes de transpor para o nosso viver em sociedade esta novidade cristã, não percebemos a densidade da esperança, defendeu o cardeal patriarca de Lisboa.
Na homilia de ordenação de sete diáconos, José Policarpo salientou que a nossa sociedade bem precisa desse anúncio, para reencontrar o sentido da vida e da sua identidade cultural. a crise económica e as dificuldades reais, por vezes dramáticas, sentidas hoje por muitos portugueses, desloca facilmente os objectivos da esperança; a sensação, veiculada pela comunicação social, da corrupção generalizada, mina a confiança na sociedade e faz brotar um clamor profundo pela justiça.
aos fiéis que encheram por completo o Mosteiro dos Jerónimos, o patriarca fez uma alusão à união de pessoas do mesmo sexo, referindo que a discussão pública, agora em curso, em que as possíveis decisões ferem a dignidade da família, na sua base antropológica e na sua solidez institucional. Uma temática que leva a substituir as posições solidamente assentes em valores perenes de ordem espiritual e moral, pelo calor apaixonado da discussão, acrescentou o patriarca.
Tudo isto leva a interrogar-nos sobre o modo de anunciar a esperança aos portugueses, perceber o que esperam, ou seja, quais são os conteúdos da esperança, refere José Policarpo. a Palavra de Deus aponta uma espera por alguém, que promova a justiça, nos sirva com generosidade, seja o obreiro de uma sociedade mais justa e mais fraterna. Um desafio que é lançado aos cristãos: Se não formos capazes de transpor para o nosso viver em sociedade esta novidade cristã, não percebemos a densidade da esperança, remata o cardeal.