«Farei germinar para o meu povo um “Rebento de Justiça”, que exercerá o direito e a justiça na terra», pode ler-se em Jeremias 33,15-16
«Farei germinar para o meu povo um “Rebento de Justiça”, que exercerá o direito e a justiça na terra», pode ler-se em Jeremias 33,15-16Eis-nos no advento, tempo de preparação para a vinda de Cristo! a sua vinda no passado e a sua vinda futura. Entre uma e outra, faz o cristão a sua caminhada para Deus. advento, tempo para aprofundarmos a nossa oração e a nossa meditação dos mistérios da primeira vinda de Cristo: a sua vida, actividade e pregação; a sua paixão, morte e ressurreição; a fundação da Igreja e o envio do Espírito Santo. Ele aí vem, o meu amado, correndo pelos montes, saltando pelas colinas… Diz-me ele: Levanta-te, vem daí… ‘. O meu amado é para mim, e eu sou para ele!… (Cântico dos Cânticos, 2, 8. 10. 16).
No evangelho, Jesus comparou a nossa espera pela sua vinda ao comportamento dos servos de um senhor, que têm de estar sempre prontos para a sua vinda. Dia após dia, esperam e trabalham. É este, para eles e para nós, o tempo da noite que prepara a aurora do Natal e o dia da salvação. Durante a nossa noite no tempo, a espera é ainda mais intensa. Para os antigos, como as gentes da civilização grega, a noite era a ocasião da manifestação dos fantasmas, dos perigos; símbolo da dúvida, da tentação e da angústia. as trevas escondiam sempre perigos graves para o viandante. assim são também os tempos actuais de perigo para a nossa fé cristã genuína. Por isso mesmo, Cristo nos manda pedir no Pai-nosso: Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. E eis que Jesus nos anima e nos dá confiança: Erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima (Lucas 21, 28).
Na primeira leitura da missa do primeiro Domingo de advento, Deus promete fazer germinar para o seu povo o Rebento de Justiça’. É o Messias que Deus enviou à Humanidade num determinado tempo da História, rebento que Deus envia continuamente ao mundo. Durante o advento, cada um de nós prepara essa vinda de Cristo. E, ao mesmo tempo, nos nossos corações e no nosso dia a dia, trabalhamos para que germine e se desenvolva, cada vez mais, em nós o Senhor da Justiça, como Maria de Nazaré que concebeu, desenvolveu e deu ao mundo o perfeito Sol da Justiça, Jesus Cristo Senhor.
Durante o tempo de advento, não podemos fechar-nos em copas e receber Cristo sozinhos. Há biliões de pessoas que ainda não sabem que o Rebento de Justiça de Deus já veio, de propósito para eles também. Já veio e vem continuamente. Por isso mesmo, advento significa, para nós, intensificarmos a nossa oração e a nossa acção para que a Igreja cresça na sua característica fundamental que é a acção missionária. No grande advento do antigo Testamento, Deus enviou ao mundo os seus profetas. Hoje é a nós que Deus envia como profetas, tanto ao vizinho do lado como ao mundo inteiro. Somos todos apóstolos, todos membros activos da Igreja missionária. Cristo quer porventura vir a nós nestes dias nalguma maneira especial, que cada um de nós deve escolher. até poderia mesmo ser o sentirmos em nós o crescimento de Cristo.
Depois do pecado dos nossos primeiros pais, com vingança cruel se vingou Deus enviando o seu Filho muito amado à terra morrer numa cruz. Que bom se o nosso advento for também uma vingança de amor, para com Deus e para com o próximo por amor de Deus. Vinde, Senhor, ao encontro daqueles que praticam o bem com alegria, e se recordam de Ti, seguindo os teus caminhos (cf. Isaías 64, 4).