Um missionário da Consolata recorda os seus tempos de pároco, em Campolide, há 50 anos atrás. Vários problemas assolavam, então, a localidade lisboeta
Um missionário da Consolata recorda os seus tempos de pároco, em Campolide, há 50 anos atrás. Vários problemas assolavam, então, a localidade lisboetaManuel Carreira foipároco, na década de 1960 e durante vários anos, em Campolide. Lembra que já naquele tempo era notável o fosso existente entre pobres e ricos. Se por um lado a palavra bairro, habitualmente, representava algo de negativo, provisório einstável, por outro não podemos deixar de lembrar os bairros chiques, onde só os ricos se poderiam estabelecer.
Vários anos passaram. Porém, alguns problemas mantêm-se ao fim deste tempo: fome, promiscuidade, habitações degradadas, desemprego existiam e continuam a existir. Certamente não haviao tipo de criminalidade organizada que há hoje, não havia espaço para grandes liberdades, recorda o sacerdote.
Manuel Carreira afirma que o afligia ver tantas carências numa paróquia tão pobre. Porém, no meio de tantos problemas, havia sempre onde poder ajudar. O missionário dirigiu diversas obras que solucionaram em parte alguns deles: creches e jardins-de-infância, para os mais pequenos, e uma casa para as crianças, onde elas estivessem ocupadas. Os jovens eram direccionados para o ensino e incentivados a integrar o Centro Católico de Campolide, onde faziam amizades com outros adolescentes.