“O bem do ‘nós colectivo’ pode não se identificar totalmente com o bem das pessoas individuais, mas deve com ele convergir”
“O bem do ‘nós colectivo’ pode não se identificar totalmente com o bem das pessoas individuais, mas deve com ele convergir”O bem-comum é a convergência harmónica de todas as instituições com que os seres humanos convergem na busca da própria realização: família, associações, empresas, comunidades religiosas, a organização da sociedade, afirmou o cardeal-patriarca de Lisboa. Na conferência Lugar da religião na edificação do bem-comum, na Semana Social, que decorre em aveiro, José Policarpo defende que é urgente solidificar cultural e institucionalmente um novo quadro de relacionamento da Igreja com a sociedade, que ultrapasse os desejos de domínio, por parte da Igreja, e a agressividade laicista dos Estados e da cultura ambiente.
Para que as religiões possam desenvolver a sua acção no bem comum há que haver um diálogo e não um relegar do fenómeno religioso para a esfera do privado, assinala o cardeal. Isto porque relegar a religião para a esfera da intimidade privada, e considerar as instituições com que intervém para o bem da sociedade como transitórias, e dispensáveis logo que possível, nem sequer garante os interesses da comunidade humana como um todo.
a Igreja, diz José Policarpo, tem um contributo real a dar à tarefa educativa. a sua prioridade é clara: colaborar com a família na sua missão educativa. além disso, a luta pela dignidade humana e, consequentemente, pelo desenvolvimento, de que faz parte a luta contra a pobreza, onde a Igreja, na sua mensagem e na sua acção, tem sempre estado na primeira linha.