Bento XVI não quer uma arte «hipócrita», que «com demasiada frequência expressa manifestações de obscenidade, desvios ou provocação»
Bento XVI não quer uma arte «hipócrita», que «com demasiada frequência expressa manifestações de obscenidade, desvios ou provocação»Muito frequentemente, a beleza da qual se faz propaganda é ilusória e enganosa, superficial e deslumbrante até o atordoamento e, em vez de fazer sair os homens de si mesmos e abrir horizontes de verdadeira liberdade, atraindo-os para o alto, os aprisiona em si mesmos e os torna ainda mais escravos, carentes de esperança e de alegria, afirmou o Papa.
No encontro com 260 artistas, entre os quais o português Tolentino de Mendonça, sacerdote, professor e escritor, o Pontífice abordou o tema da beleza. Trata-se de uma sedutora mas hipócrita beleza, que aviva a ânsia de poder, de posse, de abuso contra os outros, assumindo a expressão da obscenidade, transgressão ou provocação, frisou o bispo de Roma.
Por isso, o Santo Padre apelou aos artistas para que transmitam a verdadeira beleza, a que leva o coração humano ao desejo profundo de conhecer, de amar, de ir em direcção ao outro. Bento XVI realçou que o facto do encontro ter decorrido na capela Sistina, não é acidental, antes um local precioso onde o génio da Renascença Miguel ângelo deixou uma das criações mais extraordinárias de toda a história da arte.