“Verão o Filho do Homem vir com grande poder e glória”, lê-se no evangelho. “Os que tiverem guiado a multidão nos caminhos da justiça terão o brilho das estrelas” (Daniel 12, 3).
“Verão o Filho do Homem vir com grande poder e glória”, lê-se no evangelho. “Os que tiverem guiado a multidão nos caminhos da justiça terão o brilho das estrelas” (Daniel 12, 3). Estamos a chegar ao fim do ano litúrgico de 2009. No 34º Domingo celebraremos a grande Festa de Cristo Rei do Universo, e no Domingo seguinte começaremos o novo ano litúrgico com o primeiro Domingo do advento. Iniciaremos assim a nossa nova caminhada pela estrada da Palavra de Deus e da Eucaristia, peregrinos que somos em direcção à morada de todos os santos no Céu.
Poderíamos chamar ao nó central da liturgia de hoje Per crucem ad lucem (à luz, chega-se por meio da cruz). Tanto a primeira leitura, do Livro do Profeta Daniel, como o evangelho, de São Marcos, apresentam-nos as dificuldades e as angústias que a um certo tempo da história qualificarão a vida das nações. Será um tempo de angústia, como não terá havido até então, desde que existem as nações (Daniel 12,1). Nos últimos dias, depois da grande aflição, o sol ficará cheio de trevas, e a lua não dará a sua claridade; as estrelas começarão a cair do céu… (Marcos 13, 24). Referiam-se o profeta e o Senhor Jesus, primeiro à destruição da cidade de Jerusalém, operada pelo general romano Tito no ano 70, e depois à vinda do Filho do Homem com grande poder e majestade… . angústias e destruições são causadas pela rejeição de Deus por tantos indivíduos e sociedades. São a purificação necessária para que os eleitos possam chegar à plenitude da glória com Deus e com todos os santos. Glorificação sem limites de todos os que, durante a sua vida na terra, aceitaram e viveram a Palavra e a Lei de Deus.
O sol ficará cheio de trevas.como sempre e por toda a parte, também no meio dos escolhidos, haverá traidores que ensinarão muitos a abandonar a luz dos caminhos da justiça e a viver nas trevas da heresia. Eles, que deviam ser luz, sóis, para os outros, vivem e ensinam as trevas do erro. a lua não dará a sua claridade: Os homens chamarão beleza aos ídolos e às abominações que inventaram e adoram para contradizer toda a Palavra de Deus (cf. Romanos 1, 18-32). as forças dos céus serão abaladas. as grandes torres de Babel, construídas pela insensatez dos sistemas ateus das nossas sociedades, ruirão com grande fragor físico e psicológico. Nem coisa alguma as poderá jamais reconstruir: De tudo isto, não ficará pedra sobre pedra.
É possível que uma primeira leitura destas palavras bíblicas deite um tanto por terra o nosso optimismo em relação à beleza de toda a criação de Deus e à sua presença contínua no mundo: Eu estarei convosco até ao fim dos tempos, lê-se em Mateus 28, 20. Mas uma leitura mais séria e mais verídica mostra-nos que esta palavra do Senhor é, sim, um aviso da parte de Cristo para as consequências deletérias que a insensatez humana é capaz de produzir e que conduzem à vergonha e à desonra eterna (Daniel 12, 2). Mas é muito mais do que isso: É um toque de clarim, claro, sonoro e nítido, uma chamada imperiosa a contemplarmos a beleza infinita da glorificação do Filho de Deus e dos seus eleitos, junto da Trindade Santíssima, para sempre, na glória sem limites, na felicidade sem ocaso. O Senhor Jesus é o termo glorioso de toda a história da humanidade, é o único valor absoluto para todas as criaturas.com Cristo, o Pai e o Espírito Santo, os sábios, os seus eleitos, brilharão com o esplendor do firmamento, e aqueles que tiverem guiado a multidão no caminho da justiça terão o brilho das estrelas por toda a eternidade (Daniel 12, 3). assim será!