«O missionário não chega como bandeirante, ele vai ao serviço de uma Igreja que está organizada»
«O missionário não chega como bandeirante, ele vai ao serviço de uma Igreja que está organizada»Estar ao serviço, é isto que define a a atitude de José Marçal, 70 anos, missionário da Consolata no Brasil. Em Manaus, onde se encontra, salienta que o seu trabalho é estar com as pessoas. Na missão, desenvolve uma acção de apoio aos missionários mais novos que se encontram no terreno.
Os missionários da Consolata estão presentes em comunidades da periferia e da cidade.
a Pastoral dos doentes e da da terceira ocupa-lhe o tempo, sendo que na periferia da cidade, a morte é encarada com naturalidade. ali onde os serviços de saúde não funcionam, a morte é frequente. Já para não falar do crime e do tráfico de droga que eleva o número das estatísticas mortais. Muitos funerais de jovens eu fiz, disse numa palestra ao grupo de reflexão, ligado ao Instituto Missionário da Consolata.
O povo brasileiro exprime de forma diferente a sua fé, salientou o sacerdote que, foi para o Brasil, pela primeira vez, aos 53 anos. O modo de se exprimirem é muito sensível. Nós europeus, que somos mais silenciosos, reflexivos, ficamos mais apreensivos, afirma o missionário da Consolata. Os brasileiros exprimem tudo através de símbolos, cânticos sentimentais. a liturgia é muito sensível e vibrante, realça, comparando com a Europa.
Entre outras diferenças, as comunidades são muito desapegadas do sacerdote e não é habitual que o sacerdote celebre durante a semana. Secundariza-se a Eucaristia, acrescenta José Marçal, referindo que o sacerdote até pode estar presente que é feito o culto da palavra e não a celebração eucarística.
Há três anos em missão no Brasil, o padre José Marçal regressou a Portugal para um tempo de descanso. Em Janeiro de 2010 regressa a Manaus. Do seu currículo em missão ad gentes, consta uma estadia na missão do Roraima (entre 1992 e 2000). De regresso passou pela comunidade de Águas Santas, no Porto, durante seis anos, tendo regressado ao Roraima, para uma segunda experiência, desta vez no coração da amazónia.