Portugueses estudam há 10 anos o solo gelado das ilhas da antárctida. Resultados apontam para um aquecimento acentuado, especialmente durante o Verão
Portugueses estudam há 10 anos o solo gelado das ilhas da antárctida. Resultados apontam para um aquecimento acentuado, especialmente durante o VerãoUma equipa de investigadores portugueses apresenta hoje, 26 de Outubro, em Lisboa, os vários projectos em curso nas ilhas da antárctida. O Grupo de Investigação em ambientes antárcticos e alterações Climáticas do Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa (CEG-UL) está no local há quase 10 anos, mas ainda não monitorizou séries de temperaturas do solo muito longas. Os dados que possui mostram uma tendência para o solo estar a aquecer também, da mesma forma que se tem verificado para as temperaturas do ar.
Quando se fala em alterações climáticas, não significa que a terra esteja toda a aquecer da mesma maneira. Há sectores onde o aquecimento é mais acentuado, explica Gonçalo Vieira, coordenador da expedição portuguesa, à agência Lusa. Os dados da monitorização têm apenas significado para a região em estudo, mas demonstram um aquecimento muito acentuado do solo gelado. O que verificamos é que aquilo que se faz notar nos glaciares, onde a fusão é muito acentuada, também parece ocorrer ao nível do solo gelado, em particular em relação aos Verões, onde a tendência parece ser, de facto, para haver um maior aquecimento , destaca o coordenador.
Na Reitoria da Universidade de Lisboa, em sessão aberta ao público, serão também divulgados aspectos relacionados com a distribuição espacial do solo gelado, onde existe, por que é que existe nalguns locais e noutros não e as suas características , explica Gonçalo Vieira. Tenho notado que cada vez mais o cidadão comum se interessa muito por estes temas E acrescenta: as pessoas estão cada vez mais esclarecidas e preocupadas com a situação.