“O Senhor fez maravilhas para connosco!”, canta-se no refrão do salmo responsorial do 30º Domingo Comum
“O Senhor fez maravilhas para connosco!”, canta-se no refrão do salmo responsorial do 30º Domingo Comum
Naquele dia, a senhora professora da segunda classe da instrução primária ensinou aos seus alunos e alunas quais eram as Sete Maravilhas do Mundo antigo, a saber: a pirâmide de Quéops; os jardins suspensos da Babilónia; a estátua de Zeus no Monte Olímpia;o templo de Ártemis em Éfeso; o mausoléu de Halicarnasso; o colosso de Rodes; e o farol de alexandria. Quando terminou a explicação destas maravilhas, a senhora professora distribuiu uma folha aos alunos para que nela escrevessem o nome das Sete Maravilhas. Qual não foi a sua surpresa quando leu a resposta duma mocita: as Sete Maravilhas do Mundo são as seguintes: primeiro é ver, segundo é ouvir, terceiro é cheirar, quarto é gostar, quinto é apalpar, sexto é sorrir e sétimo é amar.
Talvez não estivéssemos muito longe da verdade se afirmássemos que a oitava maravilha é a resposta desta menina. E talvez nos tenha acontecido tantas vezes na nossa vida não notarmos as maravilhas da criação inteira e as maravilhas do amor de tantas pessoas que sabem admirar e agradecer uma infinidade de coisas que Deus pôs ao seu e nosso dispor. E também as maravilhas que o amor de tanta gente produz por este nosso mundo além para com os mais necessitados, aqui nas nossas terras ou em terras menos dotadas de bens materiais, intelectuais.
No evangelho deste Domingo temos o caso dum cego, da cidade de Jericó, que ao ouvir a comoção causada pela passagem de Jesus, começou a gritar pedindo ao Mestre que tivesse compaixão dele e lhe restituísse o dom da vista. Obtido o milagre, diz-nos o evangelho, pôs-se o feliz curado a seguir Jesus, pois agora via tudo claramente. Ver! Com os olhos da carne, as coisas materiais, físicas, tanta beleza que nos circunda: os produtos da terra, os animais, os espaços sem fim. O maravilhoso pôr-do-sol que já tão pouco ou nada nos diz. O sorriso dum bebé e o enlevo causado por um gatinho a brincar com um novelo. Os insectos, os rios, o movimento das ondas do mar, as estrelas cadentes… Mais maravilhosa ainda é a capacidade de ver com os olhos interiores, da alma, do espírito: de nos vermos a nós próprios, de contemplarmos as coisas, vendo-as por dentro, como são na realidade. Trocar impressões, conhecimentos e alegrias com outros irmãos e irmãs nossas. Interpretar os acontecimentos, os dons, procurando perceber o seu significado. Quantas maravilhas arquivadas no nosso cérebro e que lá entraram por meio dos olhos do corpo! Quantas belezas por nós percebidas e admiradas, e que o Espírito do Senhor continuamente nos mostra e explica quando entramos dentro do santuário do nosso coração!
Há ainda uma outra maravilha que faz de nós aquilo para que existimos: a capacidade de agradecer os dons que nos habitam ou que recebemos de outrem.como disse alguém: a gratidão é a flor mais bela que possa crescer no coração humano. agradecer tudo, todos e a todos. agradecer ao Senhor a infinidade de graças que continuamente d’Ele nos vêm: ver, perceber, agradecer! E, como a Virgem Maria, cantar as maravilhas de Deus.como o cego de Jericó, seguir continuamente na peugada de Jesus.