Em diversas cidades venezuelanas, os estudantes exigem que o governo autorize a visita de uma delegação da Comissão Inter-americana dos Direitos Humanos
Em diversas cidades venezuelanas, os estudantes exigem que o governo autorize a visita de uma delegação da Comissão Inter-americana dos Direitos HumanosO protesto dos estudantes iniciou na Universidade do Oriente e já dura há mais de uma semana. Decidiram fazer uma greve de fome junto à sede da Organização dos Estados americanos, em Caracas, para exigir a libertação do jovem dirigente universitário Júlio César Rivas e de vários presos políticos. a iniciativa estendeu-se a várias cidades. Sete estudantes de Caracas, das dezenas em greve de fome, já tiveram de receber tratamento em centros, nalguns casos por hipoglicemia.
Júlio César Rivas, 22 anos, foi detido a 7 de Setembro, na sua residência, sendo acusado de instigação à delinquência e à guerra civil, resistência à autoridade e porte ilícito de armas genéricas. Depois de várias pressões, um tribunal ordenou que a medida de prisão fosse substituída pelo regime de apresentação periódica às autoridades enquanto aguarda julgamento.
O ministro venezuelano de Educação, Héctor Navarro, já condenou a greve de fome e definiu-a como acção manipuladora, classificando-a de montagem mediática para criar instabilidade. O embaixador da Venezuela na Organização dos Estados americanos desvalorizou a greve de fome e acusou os grevistas de se alimentarem às escondidas. Deitam-se no passeio, comem arepas (massa de milho cozida que se recheia) com porco, clandestinamente. Dão-lhes sumos e alimentos para se manterem vigorosos.
Segundo fontes não oficiais, desde 2003 que o governo venezuelano não autoriza que a Comissão Inter-americana dos Direitos Humanos visite o país para verificar o respeito pelos direitos humanos. além de Caracas, registam-se greves de fome nos Estados de Caraobo, anzoátegui, Nova Esparta, Mérida e outros.