Era 3 de Outubro de 1944. éramos 11 jovens que confluí­amos de várias estradas para a Cova da Iria. íamos à procura do seminário de Nossa Senhora de Fátima
Era 3 de Outubro de 1944. éramos 11 jovens que confluí­amos de várias estradas para a Cova da Iria. íamos à procura do seminário de Nossa Senhora de FátimaNão era fácil encontrá-lo. De tão pequeno que era, não se distinguia de qualquer outra habitação familiar. Por fim, alguém nos indicou o lugar certo. À porta a acolher-nos, estava o padre João De Marchi, um jovem sacerdote italiano, missionário da Consolata, que chegara a Portugal a 10 de Junho de 1943, pouco mais de um ano antes. Falava das missões com grande entusiasmo e encorajava-nos a amar esta vocação maravilhosa.
Timidamente entrámos em casa com os nossos pais, que falavam com o padre De Marchi, ansiosos por saberem se nós, os seus filhos ficávamos bem entregues. O sorriso franco do jovem sacerdote, fundador desta grandiosa obra, bastou para os tranquilizar. Pelo meio da tarde foram as despedidas. Uns abraços – beijos não se usavam naqueles tempos – e uma recomendação: Ó filho, vê lá como te comportas! Não nos envergonhes a cara! Deixamos-te em boas mãos! Embebecido de alegria, João De Marchi tentava matar as saudades de uns e outros com apertos de mão, dizendo: Vão descansados, não vai haver problemas! Foi assim que tudo começou há 65 anos.