O bispo de Leiria-Fátima apontou quatro metáforas para falar da crise global actual e apresentar o caminho para o desenvolvimento integral
O bispo de Leiria-Fátima apontou quatro metáforas para falar da crise global actual e apresentar o caminho para o desenvolvimento integralNão há futuro sem fraternidade, não há futuro sem solidariedade, defendeu antónio Marto, logo no início da sua intervenção sobre as Novas respostas da Igreja Católica, realizado ao serão da noite de 17 de Setembro. O caminho para o desenvolvimento integral passa, também, pelo diálogo com todos (inter-cultural e inter-religioso) e pela ética, afirmou o prelado.
a dimensão espiritual, seja de carácter religioso ou não, da pessoa é condição essencial para uma verdadeira qualidade de vida, sublinhou o bispo diocesano. O responsável manifestou a sua preocupação pela cultura de vazio em que as novas gerações crescem e onde se nota um individualismo feroz e a falta de solidariedade, disse.
a actual crise financeira é a ponta do iceberg de uma crise mais séria e profunda a nível económico, político, cultural, ambiental e ético, assinalou o prelado. Trata-se de uma crise de época, civilizacional e destinada a durar décadas, defendeu o bispo da diocese leiriense.
Neste período da pós-modernidade em que vivemos, de mutação, relativismo, de vida sem sentido, onde tudo é precário e efémero, antónio Marto explicou que impera uma cultura do vazio de ideias e do vazio do sentido da própria vida. a visão de um novo projecto de desenvolvimento é apresentada na última encíclica papal ‘ a caridade na verdade’ que o bispo abordou, perante uma plateia que encheu por completo o auditório da Escola Superior de Educação de Leiria.
a encíclica não é um catálogo de soluções técnicas. Oferece estímulos de reflexão, de interrogação, critérios de juízo da vida actual, defendeu o prelado durante a sua conferência. Entre os ouvintes estavam Mário Soares e a esposa, Maria Barroso. Esta palestra integra o ciclo de conferências Novas respostas a novos desafios da Fundação Inatel e Fundação Mário Soares. até Março de 2010, o objectivo é permitir a reflexão sobre temas diversos.