Não há um deficit de informação da Igreja, “falta sim um mediador que traduza e faça chegar às pessoas a informação” recordou D. Manuel Clemente nas Jornadas das comunicações sociais
Não há um deficit de informação da Igreja, “falta sim um mediador que traduza e faça chegar às pessoas a informação” recordou D. Manuel Clemente nas Jornadas das comunicações sociaisas Jornadas Nacionais da Comunicação Social, organizadas pelo Secretariado da mesma e a que preside D. Manuel Clemente, bispo do Porto, terminaram ontem em Fátima, tendo como tema de reflexão: Gabinetes de Imprensa na Igreja: luxo ou necessidade?
ao longo das comunicações dos intervenientes no debate durante dois dias facilmente se concluiu que são uma necessidade, ficando no ar a afirmação – em jeito de interrogação – da responsável pelo Centro de Comunicação Social (CCS) do Santuário de Fátima: não sei é se todos se podem dar a esse luxo.
De facto, a dificuldade poderá residir nos meios, ou seja, na gestão física e financeira de tais gabinetes, mas todos ficaram cientes do excelente trabalho de ligação que os mesmos são entre a hierarquia e os profissionais da comunicação social.
Dois oradores sobressaíram entre os intervenientes nas jornadas: Frederico Lombardi, o director da Sala de Imprensa da Santa Sé, pela profundidade da sua comunicação centrada no serviço para o Evangelho que os gabinetes de imprensa devem constituir e Júlio Magalhães, Director de Informação da TVI, que compilou de forma simples e eficiente os pequenos segredos que um porta-voz deve conhecer para o exercício adequado da função.
O debate que reuniu muitos jornalistas de vários órgãos de comunicação social, sobretudo ligados à Igreja, foi rico na análise quanto ao papel que cabe a estes profissionais enquanto transmissores do ideal de Cristo.
Na pluralidade de opiniões foi possível descortinar as dificuldades sentidas na passagem da mensagem por parte da Igreja, pois como referiu D. Manuel Clemente, o problema está ao nível do institucional – não esquecer que a Igreja tem 2. 000 anos – porque quem fala pela Igreja tem que o fazer no colectivo, não esquecendo também que é transgeracional.
Para falar sobre a Igreja há que estar cheio de Igreja, da sua cultura. Não se dá opinião, e isso requer trabalho alertando ainda para a necessidade de síntese, precisão e profissionalismo que aqueles que falam em nome da Igreja terão de observar, pois só assim poderão ser compreendidos.
as novas tecnologias, nomeadamente a presença on-line, foi uma das vertentes dissecadas por alguns oradores que defendem que a Igreja deve estar atenta e participar no espaço das novas redes.
Curiosamente, foi de antónio Cunha e Vaz, director de uma agência de comunicação, que surgiram algumas afirmações com sugestões concretas quanto à forma de comunicação que a Igreja poderá ter, ficando na retina a sua afirmação de que a fonte do poder de comunicação está nos jornalistas, afirmação comum, mas olvidada por muitos responsáveis da comunicação social.
O conteúdo destas jornadas permitiu-nos concluir que há um longo caminho a percorrer, cimentado na aprendizagem diária, daqueles que veiculam a Mensagem da Igreja e que terá que ser bem explicada a um Mundo cuja cultura de facilitismo e ausência de valores é notória, e muitas vezes impeditiva da passagem da Mensagem do Redentor.