as memórias negras de muitas centenas de mortos e dos dias de violência não apagam a vontade de celebrar a liberdade de um país
as memórias negras de muitas centenas de mortos e dos dias de violência não apagam a vontade de celebrar a liberdade de um país a festa invadiu Timor-Leste esta semana – dez anos depois do referendo que abriu caminho à independência do território ocupado pela Indonésia. Centenas de ciclistas estão a percorrer a acidentada e bela paisagem do país, naquela que é a edição inaugural da Volta a Timor-Leste. Festivais e concertos pela paz foram preparados nas cidades e aldeias. Há festas organizadas. Mas por trás de todas as comemorações há também memórias negras.
No fim-de-semana assinalou-se o décimo aniversário da consulta popular realizada sob a égide da Convenção das Nações Unidas, quando os timorenses compareceram em massa para votar sobre o seu futuro – e maioritariamente optaram pela independência, em detrimento de mais autonomia dentro da Indonésia. O resultado foi o nascimento de um Estado, mas o rescaldo trouxe a fúria, a violência e a morte de 1. 500 a 2. 000 pessoas.
a magnitude destes eventos em 1999, quando o povo timorense pagou um alto preço pela sua coragem, ficou reflectida pelo número de personalidades internacionais que se reuniram no fim-de-semana em Díli, a capital, nas comemorações do aniversário.