Brasil, um dos últimos países a abolir formalmente a escravidão, é um dos mais pro-activos no combate ao tráfico. as estimativas apontam para que haja entre 12. 3 milhões e 27 milhões de escravos
Brasil, um dos últimos países a abolir formalmente a escravidão, é um dos mais pro-activos no combate ao tráfico. as estimativas apontam para que haja entre 12. 3 milhões e 27 milhões de escravosEmbora existam mais de 300 tratados internacionais e mais de uma dúzia de convenções universais exigindo o fim da escravidão e do comércio de escravos, este ainda é um problema que desafia o mundo moderno, afirma o jornalista Benjamin Skinner. O autor do livro Um crime tão monstruoso: face a face com a escravidão hoje adverte que nunca houve tantos escravos como na actualidade e que os escravos hoje são muito mais baratos do que em qualquer outro momento da história da humanidade.
O professor do Carr Center for Human Rights Policy da Harvard Kennedy School aponta que centenas de milhares de pessoas são forçadas a cruzar fronteiras internacionais para executar trabalhos. Vítimas de prostituição forçada, crianças são obrigadas a lutar em guerras civis brutais; homens e mulheres, espoliados e obrigados a produzir componentes de produtos de consumo, são alguns dos exemplos referidos pelo investigador entrevistado pelo Deutsche Welle. O sul da Ásia em geral e a Índia, em particular são os locais onde há mais escravos, do que todo no resto do mundo inteiro, alerta.
a Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura (UNESCO) proclamou a data de 23 de agosto como Dia internacional de recordação do tráfico de escravos e da sua abolição. a data escolhida remete para os acontecimentos registados na noite de 22 para 23 de agosto de 1791. Na Ilha de Santo Domingo (actualmente Haiti e República Dominicana) assistiu-se ao início da insurreição que iria ser determinante para a abolição do tráfico de escravos transatlântico e a emancipação dos povos da américa Latina e das Caraíbas.
Este Dia internacional tem por objectivo lembrar o tráfico de escravos na memória de todos os povos. De acordo com os objectivos do projecto intercultural a rota do escravo, oferece a ocasião de reflectir colectivamente não só sobre as causas históricas, tramas ocultas e formas de realização dessa tragédia mas também sobre as suas duradouras consequências para a Europa, o continente americano, as Caraíbas e o Oceano Índico, senão mesmo para todo o mundo.