Projectos da associação, em Inhambane e Xai-Xai, são o “único grito contra o escândalo da indiferença”. Muitas vezes são “o único farol de esperança”
Projectos da associação, em Inhambane e Xai-Xai, são o “único grito contra o escândalo da indiferença”. Muitas vezes são “o único farol de esperança”Há dias chegou-me às mãos um relatório sobre os projectos, apoiados pela associação Portuguesa de Solidariedade Mãos Unidas Padre Damião (aMU), nas dioceses de Inhambane e Xai-Xai. Pude dar uma vista de olhos a inquéritos, fotografias e relatórios. aproveitando cinco semanas de trabalho no Guiúa, uma voluntária portuguesa deslocou-se ao terreno, entre Março e abril deste ano, e deu a conhecer de perto, à associação, as realidades que, de longe, financia. Os projectos observados localizam-se na sua maioria nas vilas de Vilanculos, Massinga, Mocumbi, Guiúa, Panda e Inharrime, da diocese de Inhambane. Conseguiu ainda visitar um projecto em Chakelane, na província de Xai-Xai. Não resisto a transcrever passos do relatório, que dão uma ideia, nem sempre visível, do tanto que silenciosamente, a aMU está a fazer em Moçambique. Em termos etários a abrangência dos projectos apoiados é variada: crianças, adolescentes, idosos e vulneráveis. Na avaliação dos projectos foram tidas em conta as assimetrias que se constatam no terreno: Redes viárias inexistentes ou muito degradadas; dificuldades nas redes de telecomunicações; níveis mais baixos de desenvolvimento, educação e formação das populações que vivem em locais mais isolados e de maiores dificuldades de acesso; nível de total abandono de crianças órfãs; e a própria maturidade organizacional das instituições coordenadoras de projectos. Interessante notar a abordagem desta associação às missões mais imaturas, por ventura as que mais dificuldades teriam em chegar a qualquer tipo de ajudas. De acordo com o relatório, os projectos desta entidade são uma verdadeira pedrada no charco em zonas, até aqui, votadas ao abandono e são, no local onde se inserem, muitas vezes, o único farol de esperança, o único grito contra o escândalo da indiferença. Em conclusão o relatório refere uma realidade que vivemos e testemunhamos diariamente: a ajuda da aMU é um importante incentivo à melhoria das condições de vida das populações e sem dúvida um estímulo à prossecução do objectivo de organizar, melhorar e dignificar as vidas de homens, mulheres e crianças que de outro modo viveriam num ambiente muito mais desestruturado. Do périplo pela província de Inhambane e Xai-xai, resultou uma avaliação muito positiva da contribuição da aMU no combate à pobreza, exclusão social e prostituição. Ressalta o seu contributo para minorar o sofrimento das populações e redução das assimetrias sociais.