O padre José Nuno é o coordenador nacional das capelanias hospitalares. Trabalha no hospital de São João, no Porto, onde acompanha pessoas doentes
O padre José Nuno é o coordenador nacional das capelanias hospitalares. Trabalha no hospital de São João, no Porto, onde acompanha pessoas doentes a importância da espiritualidade na saúde é um dado adquirido. apoiar as pessoas doentes é a primeira função de um capelão, mas não é a única. Ser capelão é ter a possibilidade de intervir na cultura de uma casa que não pode perder a consciência da sua finalidade, que é servir as pessoas na sua integridade. Este também é um lugar de esperança, adianta o sacerdote, num perfil traçado pela revista ‘Única’, do Expresso.
José Nuno salienta que o ecumenismo no hospital é fundamental. No São João, há celebrações ecuménicas há nove anos. Num país de maioria católica, passar por uma experiência destas numa casa colonizada pela Igreja dominante é um amílcar ainda maior, comenta.
Chegou há dez anos, depois de trabalhar com jovens. Isto foi uma reviravolta, diz. aqui, as relações são intensas e percebe-se a relatividade de tudo. Tornei-me mais compassivo com quem sofre e mais exigente com quem não cumpre, adepto feroz da felicidade, acrescenta.
O hospital – diz – é o seu lugar. a experiência no São João levou-o a fazer um trabalho sobre a transferência da morte, em vez de uma tese de doutoramento sobre o tema ‘agnus Dei ou a ovelha Dolly’. Concluí que mais de 60 por cento das pessoas já morre no hospital. Interessei-me pela bioética porque tinha de entender a linguagem deste meio, salienta.