O medo leva milhares de congoleses a refugiarem-se no Sudão, onde a segurança é limitada. a norte do Congo, ocorrem graves violações dos direitos humanos
O medo leva milhares de congoleses a refugiarem-se no Sudão, onde a segurança é limitada. a norte do Congo, ocorrem graves violações dos direitos humanosO Exército da Resistência do Senhor, grupo rebelde da República Democrática do Congo obrigou dezenas de milhares de pessoas a fugirem para o Sudão, nos últimos meses. Mortes, violações, raptos, escravaturas são os flagelos impostos à população congolesa. Os rebeldes armados procuram vingar-se nos habitantesdos confrontos com o exército do Congo, Sudão e Uganda.
O medo é tanto que milhares de civis preferiram refugiar-se a sul do Sudão, ondetambém estão poucoseguros. O tempo para fugir é tão pouco que idosos e crianças acabam por ficar pelo caminho. a floresta que atravessam abriga animais selvagens e perigosos. Porém,preferem arriscar. Durante esse tempo, alimentam-se de raízes e bebem água que encontram. É triste que as pessoas venham buscar segurança numa região que não o é, lamenta o responsável dos Médicos Sem Fronteira,no sul do Sudão.
Os congoleses deslocados procuram refúgio em campos já existentes ou constroem abrigos temporários. Procuram ficar perto das estradas que fazem ligação ao Congo, para terem novidades de familiares raptados ou perdidos. as pessoas não dormem porque os ataques aos vilarejosocorriamao anoitecer e eles têm medo de fechar os olhos à noite, assegura Francesca Mangia, coordenadora dos MSF. São vidas destruídas e traumas que ficam para a vida. a situação piora a cada dia. Há pouca esperança nas vozes das vítimas: Estou muito preocupado com Muka [irmão] e com nosso futuro. O lR a [grupo rebelde] está na minha casa no Congo. Eu sou um refugiado no Sudão, mas eles também estão aqui. Não há nada para pensar sobre o futuro. Que futuro?, deplora Mboli, rapaz de 16 anos.