Teresa Balela, irmã franciscana Missionária de Maria, 54 anos, é congolesa. Foi testemunha do massacre dos 24 catequistas do Guiúa, na noite de 22 de Março de 1992
Teresa Balela, irmã franciscana Missionária de Maria, 54 anos, é congolesa. Foi testemunha do massacre dos 24 catequistas do Guiúa, na noite de 22 de Março de 1992Quando faço um dia de deserto [retiro], é aqui que venho, explica a irmã Teresa ao chegarmos a Chijuita, local onde foram mortos à catanada os 24 catequistas do Centro Catequético do Guiúa, Inhambane. Conta o horror que foi para ela deparar-se com os cadáveres. No meio daquele cenário de morte, recolheu quatro crianças que sobreviveram alimentando-se do sangue das mães. Os soldados pensavam que estavam mortas, mas estavam a dormir. Tinham menos de um ano.
apenas uma cruz branca, em terreno de areia, numa paisagem de cajueiros e coqueiros a perder de vista, assinala o local da tragédia. Via-sacra é como a irmã Teresa chama ao caminho que faz, a pé, sozinha, durante três horas e que é o mesmo que os catequistas fizeram. Não é este corta-mato que estamos a fazer hoje, lembra ela.
Depois de uma longa ausência, a irmã Teresa regressou ao Guiúa, em 2007. Ensina costura e bordados às mulheres dos catequistas que estudam no Centro de Promoção Humana do Guiúa, a poucos quilómetros da cidade de Inhambane.