Todos os anos temos notícias de peregrinos que rumam a Fátima e têm a desdita de serem atropelados nas estradas de Portugal, alguns deixaram a sua vida pelo caminho, terminando mais cedo o seu acto de fé
Todos os anos temos notícias de peregrinos que rumam a Fátima e têm a desdita de serem atropelados nas estradas de Portugal, alguns deixaram a sua vida pelo caminho, terminando mais cedo o seu acto de fé a segurança dos portugueses que optam por fazer a sua peregrinação a Fátima a pé – sendo um sacrifício penoso muito considerável – merece um tratamento mais humano por parte das autoridades instituídas.
Não vamos aqui atribuir responsabilidades a ninguém, queremos, isso sim, alertar para a necessidade de haver um enquadramento civil e religioso, ou se preferirem político – religioso, que se impõe nesta matéria.
as peregrinações a Santiago de Compostela desde tempos de antanho que beneficiam de caminhos e rotas previamente definidas ao longo do tempo e que servem aos peregrinos para chegarem lá em segurança.
Faço esta alusão, que não me parece descabida, tendo em conta que os portugueses ainda são seduzidos a copiar o que vimos os outros fazerem, porque não olhar para este exemplo?
Em primeiro lugar é necessário que as autoridades locais e concelhias se preocupem em criar essas condições físicas nos acessos a Fátima – estamos a referir-nos à Câmara de Ourém – e criar um plano de segurança com passeios pedestres ao longo das estradas que conduzem a esta cidade e numa fase posterior fazer acordos com Câmaras vizinhas no sentido de criarem também essas condições nos seus domínios.
Se olharmos com atenção e tentarmos contabilizar quantas estradas de acesso temos com as condições necessárias para o peregrino fazer o seu trajecto, temos de concluir que não há sequer uma, o que é de lamentar.
Claro que há outra componente importante nesta matéria, trata-se de saber qual o papel que o Santuário de Fátima deverá exercer neste campo. E neste caso, o Santuário também tem obrigação de zelar pela segurança dos peregrinos, mesmo fora dos seus domínios, que não da sua esfera de acção.
Perguntar-me-ão, mas como? É simples, exercendo pressão junto das autoridades para que sejam criadas essas condições e se necessário participar delas pelos meios que considerar mais correctos.
O Santuário não pode ser um entidade passiva ou meramente de cariz espiritual, mas deve ter uma mensagem viva e activa na defesa dos interesses daqueles que vêm acolher-se sob o manto da Virgem, mesmo que isso signifique ter que ser incómodo para aqueles que se eximem das suas responsabilidades.