Milhares tiveram de fugir da capital. Os deslocados vivem nos arredores da cidade, em condições precárias. Estruturas médicas também foram atacadas obrigando à deslocação de pacientes
Milhares tiveram de fugir da capital. Os deslocados vivem nos arredores da cidade, em condições precárias. Estruturas médicas também foram atacadas obrigando à deslocação de pacientes a situação dos civis em Mogadíscio está cada vez mais preocupante. Grande parte da população do norte da cidade teve de fugir, devido ao agravamento dos conflitos. a organização Médicos Sem Fronteiras’ (MSF) viu-se obrigada, pela primeira vez em 17 anos, a fechar um hospital pediátrico e três clínicas, a norte da capital. a intensidade dos conflitos obrigou a equipa a abandonar o local, tal como muitos somalis. Forneciam uma ajuda preciosa à população, com a realização de cerca 2,5 mil consultas semanais e tratando perto de meio milhar de crianças desnutridas.
a população está aterrorizada. Nas duas semanas passadas, o número de mortos e feridos aumentou drasticamente. Tornou-se impossível oferecer assistência médica e humanitária para os que necessitam, lamenta Mónica Camacho, coordenadora do projecto MSF, na Somália. Segundo a organização, meio milhão de pessoas vivem em abrigos provisórios, sem condições, nos arredores da cidade. Falta-lhes água e comida. Os campos de deslocados estão superlotados, sendo que já se verifica a propagação de doenças como o sarampo e a cólera. O acesso aos serviços de saúde é bastante limitado.
algumas das estruturas médicas no norte de Mogadíscio foram tomadas por homens armados, conta alfonso Verdu, outro responsável da MSF. afirma que todos os pacientes, ou fugiram ou foram retirados da área. Muitos deles tiveram de interromper o tratamento, o que é muito preocupante. Praticamente, ninguém fica nas ruas do norte de Mogadíscio, assegura. apesar dos diversos incidentes ocorridos nos últimos meses, incluindo raptos, a organização pretende manter-se na Somália, onde as necessidades são enormes e as principais vítimas desse conflito são civis. Os MSF apelam a todas as partes do conflito, para que respeitem o apoio prestado aos civis e as estruturas médicas, onde actuam.