Detida em Dezembro passado e alegadamente torturada pelas forças de segurança zimbabueanas durante o cativeiro, Jestina Mukoko foi libertada sob fiança
Detida em Dezembro passado e alegadamente torturada pelas forças de segurança zimbabueanas durante o cativeiro, Jestina Mukoko foi libertada sob fiançaOs advogados de defesa de Jestina Mukoko avançaram a notícia, ontem, 2 de Março, refere a agência Lusa. a directora da organização não governamental Projecto de Paz no Zimbabué, encontra-se hospitalizada em Harare, onde a Polícia a mantinha desde Janeiro por causa dos seus ferimentos, disse aos jornalistas Kumbirai Mafunda, dos advogados do Zimbabué para os Direitos Humanos. Jestina foi posta em liberdade sob fiança de 600 dólares, mas ainda permanece no hospital até os médicos lhe darem alta, confirmou o advogado. a sua cliente teve de entregar o passaporte às autoridades e está obrigada a apresentações periódicas numa esquadra da Polícia.
a activista, cuja organização documentou a violência perpetrada pelos seguidores do presidente zimbabueano, Robert Mugabe, durante a campanha para a segunda volta das controversas eleições presidenciais de Junho de 2008, foi levada de casa por agentes do estado a 3 de Dezembro. Depois de intensa pressão da comunidade internacional, a polícia levou-a a 24 desse mês perante um tribunal de Harare, onde a activista foi acusada de recrutar gente para receber treino militar com o objectivo de derrubar Mugabe.
O sequestro de Mukoko e de outros 40 activistas dos direitos humanos e membros do Movimento para a Mudança Democrático (MDC), que foram mantidos incomunicáveis durante três semanas, ameaçou terminar com o frágil acordo para formar um governo de unidade entre o partido opositor e a União Nacional africana do Zimbabué-Frente Patriótica (ZaNU-PF). alguns detidos foram libertados no passado fim-de-semana, mas 16 continuam presos acusados de recrutar milícias ou de actos de sabotagem.
Os advogados do Zimbabué para os Direitos Humanos indicaram que a libertação deste grupo está iminente, embora alguns tenham dificuldade em obter documentos de identidade e o dinheiro para a fiança. a semana passada, o líder do MDC, Morgan Tsvangirai, que a 13 de Janeiro se tornou primeiro-ministro do governo de unidade do Zimbabué, disse aos jornalistas que ele e Mugabe tinham acordado a libertação dos prisioneiros, mas que a Procuradoria estava a bloquear a medida por razões políticas.