« a sociedade tecnológica promove momentos de prazer, mas raramente tende a momentos de alegria», afirmou José Tolentino Mendonça na Semana de Estudos sobre Vida Consagrada que hoje termina em Fátima
« a sociedade tecnológica promove momentos de prazer, mas raramente tende a momentos de alegria», afirmou José Tolentino Mendonça na Semana de Estudos sobre Vida Consagrada que hoje termina em FátimaÀ febre de consumo, na sociedade actual que oferece paraísos artificiais, há um vazio que as pessoas não conseguem esconder, sublinhou o professor da Universidade Católica Portuguesa, na sua conferência subordinada ao tema a alegria da fé e da vocação apostólica em tempos de incerteza.
Socorrendo-se do conceito de ‘vida líquida’ de Zigmund Bauman, segundo o qual a vida é temporária e vivida em condição de incerteza permanente , em que desistimos de consumar a vida em plenitude , e por isso, tornamo-nos febris no consumo, a questão que o orador colocou aos participantes foi: E o que temos feito nós pela alegria ?
Talvez a vida líquida não nos seja tão estranha, assinalou Tolentino de Mendonça. O sacerdote acentuou que os tempos de incerteza e de crise são mais plásticos, são uma oportunidade para começar de novo, são tempos de encruzilhada importantes que o Espírito vai colocando.
E São Paulo é por excelência o teólogo da alegria, defendeu o professor na Universidade Católica. alegria implica comunhão, mergulhar a vida no Senhor e aí, moldados, permanecer. Tal como o apóstolo dos gentios disse, a alegria da vida eclesial, apesar das dificuldades, não deixa de ser alegria, frisou Tolentino de Mendonça. E lembrando as palavras do apóstolo, na segunda Carta aos coríntios: Por isso ficamos alegres quando estamos fracos, contanto que vocês estejam fortes .
Para São Paulo, a alegria é a da fé, ligada à vida da comunidade. aparece também ligada à esperança de Cristo Ressuscitado. é também riqueza do dom de Deus, não tanto as alegrias terrenas, mas a alegria é determinada por aquilo que aconteceu em Cristo, concluiu.