Para viver uma vida digna é necessário trabalhar, pois só assim será possível acalentar a sobrevivência individual e colectiva
Para viver uma vida digna é necessário trabalhar, pois só assim será possível acalentar a sobrevivência individual e colectivaO desemprego resvala vertiginosamente a cada minuto que passa. Parecendo uma afirmação catastrófica, não passa de mera constatação da realidade que neste momento estamos a sentir e cuja gravidade está longe de ser conhecida. O direito ao trabalho continua a ser isso mesmo, um direito, e devidamente reconhecido, mas tantas vezes esquecido por aqueles que o devem promover e respeitar.
a Declaração Universal dos Direitos do Homem diz no artigo 23º: Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à protecção contra o desemprego. Toda a pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho.
Toda a pessoa que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de protecção social.
aqueles que governam actualmente o nosso país têm uma responsabilidade de que não se podem eximir, a defesa dos direitos daqueles que trabalham, assim como o apoio que obrigatoriamente devem conceder aos que perdem os seus empregos.
Esta crise está a ser gerida de forma politica e não economicamente, o que nos suscita sérias preocupações, pois é alavancada através do investimento público, incidindo na defesa de instituições bancárias ou outras – incapazes de gerar riqueza e cujos prejuízos serão suportados por todos nós – e em obras públicas de grande envergadura.
as micro-empresas que representam 60% do emprego privado dentro da estrutura empresarial nacional, percentagem a que devemos juntar pequenas e médias (PME) que, na sua totalidade, geram cerca de 80% do emprego privado. É este o sector mais seriamente atingido pelo desemprego no nosso país.
Perante esta realidade e verificando as medidas de apoio que já foram ou estão a ser tomadas para o sector das PME, constatamos da sua insuficiência, o que poderá até ser entendido como uma irresponsabilidade não apenas política, mas sobretudo social.
Há que ser claro e ter a coragem de chamar o nome ás coisas, doa a quem doer.
Governantes, patrões e responsáveis devem estar atentos e não espezinhar aqueles que têm direito ao trabalho. Porventura, há necessidade de rever toda a estrutura económica e empresarial muito rapidamente, procurando adaptá-la ás novas exigências e condicionantes.
Sabemos que a economia atravessa um período muito difícil, o que dificulta – em muito – a conservação dos postos de trabalho e ainda mais a criação de novos empregos. apesar disso, é necessário ter coragem de enfrentar a situação e não deixar descambar este país para a miséria social, pois no aspecto moral já é um facto irrefutável.
Mesmo assim, queremos acreditar que os responsáveis deste país terão oportunidade de reflectir e pôr em prática uma política económica e social que corresponda aos anseios dos mais desfavorecidos das classes médias e baixas deste país, se não o fizerem, a história se encarregará de os julgar.