Eluana Englaro, jovem italiana em coma há 17 anos, morreu segunda-feira à noite
Eluana Englaro, jovem italiana em coma há 17 anos, morreu segunda-feira à noiteTinha deixado de ser alimentada há três dias, na clínica La Quiete de Udine (nordeste), onde os médicos suspenderam sua alimentação e hidratação. O tubo havia sido retirado no dia 6, a pedido da família de Englaro, que vivia em estado vegetativo desde que sofreu um acidente de carro, em 1992.
O caso desta jovem tem tido grande amplitude na comunicação social levantando a questão da eutanásia. Depois da família ter lutado nos tribunais italianos e europeus para que este dia chegasse, não quis falar e pediu que o deixem em paz a partir de agora. Não quero dizer nada. Quero estar sozinho, disse Beppino Englaro, visivelmente comovido, segundo os jornais italianos.
Nos últimos meses, e particularmente, nos últimos dias, o Vaticano tentou travar esta morte assistida. Bento XVI falou mesmo, na oração do ângelus, do caso de Eluana. Perante a notícia da morte, o ministro da Saúde do Vaticano, pediu perdão para os responsáveis. Que o Senhor perdoe aos que são responsáveis por isto, afirmou o cardeal Javier Lozano Barragan.
Neste processo de luta contra o tempo, para contrariar a morte anunciada (que ocorreu mais cedo que a previsão da equipa médica que acompanhava a jovem), o governo italiano tentou ainda aprovar uma lei para inverter a ordem dos tribunais. Não foi a tempo, os senadores fizeram um minuto de silêncio, souberam da notícia. a nossa amargura é grande porque a acção do governo não conseguiu salvar uma vida , declarou Berlusconi.
a Itália está dividida neste caso. Há quem considere que uma pessoa não deveria ser alimentada à força, em caso de coma. Mas, a eutanásia e a morte assistida são proibidas neste país.