O que é pedido aos meios de comunicação social cristãos é que «não nos fechemos», isto é, não se fiquem apenas a «convencer os convencidos»
O que é pedido aos meios de comunicação social cristãos é que «não nos fechemos», isto é, não se fiquem apenas a «convencer os convencidos»Que palavra tem a fé a dizer na economia? a directora de informação da Rádio Renascença considera que se pode pecar por omissão quando não se faz denúncia, quando nos confortamos com os pecados sociais (sejam eles individuais ou de grupo). Hoje em dia, confundimos o ter e o ser, frisou Graça Franco, que falava esta tarde num painel de debate sobre Como transmitir a fé, no X colóquio nacional de paróquias.
a economista e jornalista defendeu que, muitas vezes, o comentário económico não denuncia situações de desarmonia fiscal, exclusão social ou corrupção, antes nos conformamos com os pecados sociais. a responsável pela informação da RR defendeu que se torna necessário cuidar da relação do homem com o trabalho, dando tempo para o lazer e para a sua relação com os outros.
Graça Franco sublinhou que o jornalista deve ser descodificador (isto é, alguém que explica), não podendo assumir o estatuto de pé de microfone, isto é, alguém que se limita a transmitir o que outros dizem. É preciso então que os jornalistas reflictam sobre os acontecimentos e denunciem o que vai contra a Doutrina Social da Igreja.
actualmente, o desafio é ainda maior – explica a jornalista – porque esta é a primeira geração de não crentes que não tem quaisquer referências, nem cultura geral sobre o Cristianismo. Há ignorância religiosa, disse. a incultura é tão grande que é difícil passar algumas mensagens, acrescentou.
Se é difícil fazer passar a mensagem, a verdade é que um discurso em tom clerical e usando gíria eclesiástica pode não ajudar, salientou o cónego antónio Rego. Para o director do Secretariado nacional das Comunicações Sociais, as nossas gírias não são o melhor instrumento de evangelização.
a comunicação tem sofrido mudanças e passa, agora, por evangelizar o continente digital, lembrou Paulo Rocha, repetindo as palavras de Bento XVI, na sua mensagem para o Dia mundial das Comunicações Sociais de 2009. O director da agência Ecclesia defendeu que a paróquia digital merece uma grande atenção, apontando ainda as diferenças existentes nas notícias.
Hoje, em vez de pirâmide invertida (do mais importante para o menos), a notícia respeita, agora, a regra da horizontalidade. assim, o leitor enquanto lê a notícia pode, a certa altura, fazer uma pesquisa sobre um tema e mudar de página. Isto constitui um grande desafio. a provocação é ser capaz de produzir conteúdos certos e que estes sejam ligados, concluiu Paulo Rocha.