Foi “uma confusão alegre”, diz a organização. Que admite que o próximo evento se realize no continente africano
Foi “uma confusão alegre”, diz a organização. Que admite que o próximo evento se realize no continente africanoUm dia depois do fim oficial do Fórum Social Mundial (FSM), a cidade de Belém vai-se esvaziando, com as filas de espera a acumularem-se no aeroporto da capital do Pará. Este levantar da tenda é também um certo retrato da desorganização que pontuou este evento, que reuniu 133 mil participantes e mais uns 15500 voluntários, comerciantes, expositores, artistas e jornalistas.
Mas o improviso também é a alma de um fórum. É uma confusão alegre, reconhece Cândido Grzybowski, do comité organizador do FSM. O FSM criou raízes aqui em Belém, apesar de haver problemas: salas que não estavam prontas a tempo e equipamentos em falta, diz um dos fundadores do Fórum. E explica-se perante as críticas sublinhadas pela imprensa local: Falha no detalhe, mas no geral a sensação é positiva.
Quem também por estes dias se queixou foram muitos dos 1900 indígenas, de 120 nações índias, que com os seus trajes e acessórios chamavam a atenção. Houve indígenas que perante o assédio fotográfico se fizeram pagar. Outros negaram-se e recusaram-se a fazer parte deste jogo. Um deles interpelava os jornalistas: Porque é que os jornalistas nos folclorizam tanto?
Em 2010, o Fórum deverá realizar-se em dinâmicas como no ano passado: jornadas de mobilização. Para 2011, o FSM pode ir para África, admite Grzybowski, mas a decisão só será tomada ainda este ano mais para diante.