Os bispos católicos da África austral apelam aos líderes regionais para que «deixem de apoiar activamente e de dar credibilidade ao regime de Robert Mugabe com efeito imediato»
Os bispos católicos da África austral apelam aos líderes regionais para que «deixem de apoiar activamente e de dar credibilidade ao regime de Robert Mugabe com efeito imediato»Na carta enviada aos chefes de Estado e de governo e ministros dos Negócios Estrangeiros dos 15 Estados-membros da Comunidade para o Desenvolvimento da África austral (SaDC) reunidos em Pretória, os prelados pedem que seja posto fim ao genocídio passivo que ocorre naquele país.
Os signatários da missiva consideram que Robert Mugabe deve demitir-se imediatamente, e os dirigentes da África austral deverão cessar imediatamente o apoio que prestam a Mugabe e a credibilidade que lhe conferem, sob pena de terem de aceitar cumplicidade na criação das condições que resultaram na fome, deslocação de populações, doença e morte para os zimbabueanos anónimos. Isto não é mais do que genocídio passivo, adianta a Lusa.
No entanto, os dirigentes da SaDC continuavam reunidos, a meio da noite em Pretória, para tentarem persuadir o líder do Movimento para a Mudança Democrática (MDC), Morgan Tsvangirai, a aceitar ser empossado como primeiro-ministro de um governo de unidade, no topo do qual estará Robert Mugabe como chefe do Estado. Depois do acto eleitoral de 29 de Março de 2008, em que o MDC conquistou a maioria dos assentos parlamentares, e Morgan Tsvangirai venceu por maioria simples o escrutínio presidencial, o país tem estado sem liderança.
Perante a possibilidade de uma segunda volta, com uma possível derrota, o candidato Robert Mugabe usou as forças de segurança para espalhar o terror entre as populações em áreas onde o MDC venceu, o que forçou Tsvangirai a desistir da segunda volta alegando total ausência de condições de segurança para si, o seu movimento e os eleitores. a SaDC, que não legitimou a segunda volta nem a auto-proclamada vitória de Mugabe, tenta desde então que Zanu-FP e MDC aceitem formar um governo de unidade para tirar o país da crise.