Posters ateístas ambulantes são ideia da associação Humanista Britânica, por Richard Dawkins, proeminente professor ateísta. a campanha visava “promover” o pensamento positivo e a liberdade de expressão
Posters ateístas ambulantes são ideia da associação Humanista Britânica, por Richard Dawkins, proeminente professor ateísta. a campanha visava “promover” o pensamento positivo e a liberdade de expressãoInglaterra: THERE’S PROBaBLY NO GOD
NOW STOP WORRYING aND ENJOY YOUR LIFE
Barcelona:PROBaBLEMENTE DIOS NO EXISTE
DEJ a DE PREOCUPaRTE Y DISFRUT a L a VID a ou o seu equivalente Catalão
USa: Why believe in a god? Just be good for goodness’ sake
austrália: atheism – sleep in on Sunday mornings
Um dos promotores da campanha referiu-se aos muitos posters que prometem a salvação através de Jesus, ou então a perdição eterna. Esta campanha, diz ele, é uma lufada de ar fresco e vem repor algum balanço na publicidade religiosa, provocando o pensamento mas ao mesmo tempo provocando muitos crentes.
No entanto a fraseologia usada está condicionada pela atmosfera religiosa de cada país. Em Inglaterra a sociedade recorda com horror as guerras religiosas do passado e as divisões na sociedade britânica. Mas mesmo assim o texto ainda se refere a Deus com maiúscula (embora nos autocarros tenham usado maiúsculas para todo o texto).
Já nos Estados Unidos, a frase escolhida foi Porquê acreditar num deus? Sê bom por amor da bondade. Deus já não tem honra de maiúscula, mas ao mesmo tempo, não se associa a descrença, à libertinagem, mas aconselha-se a fazer o bem por amor do bem. O facto é que nos US a a sociedade permanece profundamente religiosa embora com uma separação estrita entre Igreja e Estado. Historicamente a população em geral não experimentou os horrores de guerras religiosas (embora muitos tivessem fugido de conflitos religiosos e emigrado para a américa) porque de início todos tiveram as suas oportunidades. a américa era a terra dos livres, livres também de opressões religiosas e de guerras fratricidas entre denominações diferentes.
a sociedade americana permaneceu portanto relativamente alheia aos excessos de zelo religioso e ao mesmo tempo encontrou no meio de si espaço suficiente para a todos acolher. Esta evolução permitiu também não se comprometer com nenhuma denominação e encarar a religião como qualquer outra actividade humana. Pode-se assim por exemplo, escrever deus sem pestanejar, ao passo que em Inglaterra se usa a letra maiúscula até para alguém em que se diz não acreditar.
Curioso como na austrália os organizadores ainda não conseguiram ver aprovado o seu slogan ateísmo – dorme aos Domingos de manhã. Não sabemos se a crença religiosa se fica só pela participação aos Domingos de manhã mas o facto é que a frase tem sido vetada pela maior associação de painéis exteriores.
a campanha em si não faz muito sentido até porque se insiste na necessidade de provar a existência/inexistência de Deus, cabe em primeiro lugar ao crente provar a existência de Deus; especialmente com os seus actos. Em Inglaterra houve reacções várias, inclusive daqueles que olharam para os autocarros, deram uma risada, mas depois pensaram seriamente acerca das questões profundas da vida. Se calhar, esta campanha até tem servido para provocar os indecisos e sacudir os mornos na fé.