Depois de uma presença longa e trágica na Somália, o governo etíope decidiu retirar o seu contingente militar do solo somali
Depois de uma presença longa e trágica na Somália, o governo etíope decidiu retirar o seu contingente militar do solo somali a praga de abandono das terras de Mogadíscio parece perseverar. Depois do falhanço americano, agora é a vez do grande vizinho da Somália decidir rumar para casa. Os somalis nunca aceitaram e nunca viram com bons olhos a presença do seu grande vizinho. Era para eles uma humilhação.
Os islamistas somalis podem assim reclamar claramente vitória não só sobre a Etiópia, mas também sobre a comunidade internacional. Neste momento, só permanece no país o contingente estrangeiro, composto por ugandeses e burundeses. Mas é provável que também abandone, devido à praga da indiferença que assola a Somália.
O representante das Nações Unidas neste país disse, há dias, que a bola estava do lado dos somalis para pôr fim à sua longa e trágica violência. Quer isto dizer que a esperança para paz vai morrendo cada dia que passa para os habitantes daquele país martirizado. Para a comunidade internacional parece muito mais importante acudir a países como Chade e Níger. aí não é confrontada com a humilhação. Não se trata de não ajudar Chade e Níger. Trata-se, sim, de assumir que é uma forma de desmistificar a sua fraqueza em Somália.
Que farão o Uganda e o Burundi em território somali sem apoio da comunidade internacional? Como conseguir a paz em toda região, se a Somália continua a ferro e fogo sob o comando dos islamistas? Não é apenas a Etiópia que abandona a Somália. São também os Estados Unidos que abandonam a Somália pela segunda vez, já que fazem parte dos países que apoiaram fortemente a intervenção etíope no território somali.