Dirigente da oposição do Zimbabué, Morgan Tsvangirai, recusa cargo de primeiro-ministro que não está previsto na Constituição. Mantêm-se as divergências relativas à distribuição de pastas ministeriais
Dirigente da oposição do Zimbabué, Morgan Tsvangirai, recusa cargo de primeiro-ministro que não está previsto na Constituição. Mantêm-se as divergências relativas à distribuição de pastas ministeriaisO porta-voz de Morgan Tsvangirai, George Sibotshiwe, disse à agência Lusa que a actual Constituição do Zimbabué não permite o cargo de primeiro-ministro, pelo que Morgan Tsvangirai não o poderá assumir de momento. O chefe da oposição não poderá fazer parte de um governo até que a emenda 19 seja aprovada e haja uma provisão legal para o cargo de um primeiro-ministro.
O porta-voz referiu ainda estão por resolver várias questões entre Mugabe e a oposição. É o caso da distribuição de pastas ministeriais chave, tais como a administração Interna e uma quantidade de directorias-gerais e postos diplomáticos reclamados pelas duas facções do Movimento para a Mudança Democrática (MDC). O Conselho Executivo e o Conselho Nacional do MDC vão reunir-se e apresentar uma solução ao povo zimbabueano.
a Zanu-FP do presidente Robert Mugabe recusa-se a reconhecer as consequências da derrota nas eleições legislativas de 29 de Março. Desde meados de Setembro decorrem negociações com as duas facções do MDC para a formação de um governo de unidade nacional. ao recusar abrir mão do controlo de certas pastas, Mugabe tem inviabilizado a formação do novo executivo.
Citando uma carta endereçada por Morgan Tsvangirai a Mugabe, o jornal Post, da Zâmbia, refere que o dirigente da oposição recusou o convite do chefe de Estado zimbabueano para regressar ao Zimbabué e assumir o cargo de primeiro-ministro. Na carta, Tsvangirai afirma querer reunir-se novamente com Mugabe, na presença do presidente sul-africano e Kgalema Motlanthe.
Morgan Tsvangirai venceu a primeira volta das eleições presidenciais, em Março de 2008. Na segunda volta retirou-se devido à violência exercida contra os seus apoiantes, de onde resultou a morte de 100 militantes. Um acordo de partilha de poder, assinado em Setembro entre a ZaNU-FP, o MDC e o MDC-T, mantém-se num impasse devido a divergências em torno da distribuição das principais pastas ministeriais.