a seca prolongada das últimas semanas, devido ao atraso das chuvas, fazia já temer o pior em relação às sementeiras e à sobrevivência dos animais. Pedi ao Menino Jesus um presente: a chuva a seca prolongada das últimas semanas, devido ao atraso das chuvas, fazia já temer o pior em relação às sementeiras e à sobrevivência dos animais. Pedi ao Menino Jesus um presente: a chuvaDurante o advento, tempo de preparação para o Natal, falei nas comunidades da vinda de Jesus como a chuva esperada. De Jesus que veio irrigar a terra sedenta, dar vida, lavar, purificar as pessoas e o mundo. Durante a Missa da noite de Natal, começaram a cair as primeiras gotas de água; depois do Evangelho, que anunciava o nascimento em Belém, uma chuva fina tornou-se abundante. No dia de Natal a água desabou sobre o chão do Guiúa e de toda a região de Inhambane. a Missa na capela de Malaissa, onde celebrei no dia de Natal, foi molhada. a chuva, açoitada pelo vento, entrava pela abertura de portas e janelas e pelos orifícios do telhado. Os caminhos de areia transformaram-se em riachos. alguns bairros da cidade de Inhambane ficaram inundados e a estrada nacional número 1, que liga o sul com o norte de Moçambique, ficou cortada. Mais de duzentas famílias, depois de tentarem salvar os seus parcos haveres, tiveram que encontrar refúgio noutros lugares. Moçambique vive muitas vezes sob esta contradição: a água que lhe salva a vida e garante as colheitas é a mesma que desaloja e obriga ao permanente recomeço. É sempre com espanto que descubro, na resignação e coragem com que este povo enfrenta a adversidade, uma profunda sabedoria: encontrar o bem no meio das dificuldades. aceitá-las e enfrentá-las, é ser maior. Renova e fortifica este povo que, como as folhas dos coqueiros, se verga mas não quebra. Que estas chuvadas sejam uma bênção para a terra e para os homens. a água, símbolo de vida. Tudo lava, tudo sacia, renova e purifica. Que 2009 seja um ano fecundo para todos.