Enviado-especial das Nações Unidas visita Timor-Leste e denuncia a situação dos deslocados de 2006, embora elogie o sucesso das operações de regresso.
Enviado-especial das Nações Unidas visita Timor-Leste e denuncia a situação dos deslocados de 2006, embora elogie o sucesso das operações de regresso. No final de uma visita de seis dias a Timor Leste, o representante do secretário-geral das Nações Unidas (ONU ) para os Direitos Humanos dos Deslocados Internos declarou que as causas da violência de 2006 não tiveram atenção suficiente. Walter Kalin visitou vários campos de deslocados fora de Díli e manteve encontros com as autoridades timorenses, tendo elogiado o sucesso do regresso de deslocados e o encerramento de mais de metade dos campos nos últimos meses. Porém sublinhou que ainda é cedo para afirmar se esse regresso é consistente e de longo-prazo.
Muitos dos deslocados disseram que apenas se sentem seguros porque há uma esquadra de polícia nas proximidades, explicou Walter Kalin. Se estes regressos são apoiados de forma a serem sustentáveis e se haverá soluções para aqueles que não podem regressar às comunidades, serão indicadores importantes sobre se Timor-Leste será capaz de quebrar finalmente o ciclo de violência e deslocação de populações que marcaram a sua história desde 1975, referiu o representante do secretário-geral da ONU.
Tem que se enfrentar a impunidade pelos crimes cometidos em 2006, durante a crise política e militar que causou mais de 30 mortos e deixou mais de cem mil deslocados, sobretudo na capital. a impunidade é um problema vasto. Há pessoas a mais acima da lei em Timor-Leste, referiu Walter Kalin, enviado da ONU. Na sua visita constatou que questões de terra e propriedade por resolver podem ser um novo motivo para violência e deslocação de populações.
Em comparação com outros países, os deslocados timorenses da crise de 2006 ficaram sobretudo na capital, em áreas de fácil acesso da assistência e sem problemas de segurança graves. Outra diferença foi a forma como os deslocados timorenses conseguiram organizar-se e fazer-se ouvir. Para isso contribuiu o facto de serem na maioria apoiantes de um partido, explicou Walter Kalin.