a assembleia da República (aR) acolheu a sessão evocativa dos 60 anos da assinatura, em Paris, da Declaração Universal dos Direitos do Homem, naquele 10 de Dezembro de 1948
a assembleia da República (aR) acolheu a sessão evocativa dos 60 anos da assinatura, em Paris, da Declaração Universal dos Direitos do Homem, naquele 10 de Dezembro de 1948Manuel Martins, bispo emérito de Setúbal, Mário Soares, ex-presidente da República (ambos presentes), Francisco Sá Carneiro e Maria Lamas (a título póstumo) foram os agraciados com o Prémio Direitos Humanos 2008. Receberam das mãos do Presidente da aR a medalha de ouro comemorativa do 60. º aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem (DUDH).
Osvaldo de Castro, presidente da Comissão de assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, salientou que o trabalho do bispo Manuel da Silva Martins merece ser distinguido pela sua abertura e frontalidade, o seu humor, a sua actividade pastoral, a proximidade dos mais carenciados numa diocese com graves problemas sociais. O prelado sempre se bateu pela defesa dos direitos sociais dos cidadãos .
Para Jaime Gama, presidente da aR, Manuel Martins foi capaz de trazer uma dimensão humana, quando tal foi necessário, aos Direitos Humanos, para além da sistematização documental e da proclamação retórica, numa zona difícil para a sua missão.
Na sua intervenção, perante numerosos membros de governo, deputados e convidados, que enchiam por completo a sala, Manuel Martins falou com emoção e humor.começou por afirmar: Estarmos a reviver, neste 10 de Dezembro, um acontecimento de importância mundial. Custa-nos lembrar o caminho que teve de se percorrer para chegar àquele momento. E mesmo assim nem todos os países assinaram uma declaração que hoje nos parece de uma necessidade evidente.
Dirigiu, ainda, uma palavra de agradecimento à comissão que o distinguiu por lhe ter atribuído um galardão que considera não merecer. É-me atribuído um galardão do qual eu, sinceramente, não me julgo merecedor, porque tudo aquilo que eu fiz – se alguma coisa fiz – era consequência clara e evidente do meu dever. ainda assim, sinto que fiquei muito aquém de cumprir o meu dever como cristão, como padre e como bispo.
Manuel Martins salientou ainda algumas das missões fundamentais da Igreja, referidas por João Paulo II: proclamar a dignidade e a grandeza humanas, mostrar às pessoas a sua dignidade e a sua importância na construção da História e denunciar todas as situações de injustiça que se cometem contra o Homem. Foram também distinguidos os Bombeiros Voluntários Portugueses.
Foto: Bispos Manuel Martins e Januário Torgal