Igreja e organizações não governamentais esperam que o 60º aniversário da Declaração universal dos direitos do homem seja comemorada com medidas concretas e não apenas simbólicas
Igreja e organizações não governamentais esperam que o 60º aniversário da Declaração universal dos direitos do homem seja comemorada com medidas concretas e não apenas simbólicasO porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) defendeu que a aplicação prática da Declaração universal dos direitos do homem significa dar uma atenção particular às mulheres e idosos, as franjas mais desprotegidas da sociedade. O documento deve ter implicações reais na sociedade, nomeadamente no que diz respeito ao salário justo, alimentação ou assistência social, salienta o padre Manuel Morujão.
Para a CEP, o documento mais traduzido em todo o mundo, e que comemora esta quarta-feira 60 anos ainda deixa muito a desejar e não pode apenas definir princípios, mas tem de ter implicações na vida.
Também a amnistia Internacional (aI) espera que este aniversário seja uma data de acção e não apenas de celebração. a injustiça, desigualdade e impunidade persistem em muitas partes do mundo, nomeadamente pelo facto de os governos fazerem promessas e aprovarem leis, mas falharem no seu cumprimento, considera a organização, citada pela Lusa.
a aI lembra que as violações grosseiras dos direitos humanos nos conflitos armados, as brutalidades contra as mulheres e menores, a negação de direitos a refugiados e imigrantes, os sistemas judiciais injustos e corruptos ou o recurso aos maus tratos e à tortura continuam a verificar-se. ainda assim, a Declaração contribuiu decisivamente para muitas conquistas como o reconhecimento dos direitos das mulheres e das crianças, a criação do Tribunal Penal Internacional ou a abolição da pena de morte em dois terços dos países do planeta, salienta a organização.