O precursor foi escolhido e enviado para preparar a vinda de Jesus, o Filho de Deus, à terra. Nós também recebemos o mesmo chamamento de Deus
O precursor foi escolhido e enviado para preparar a vinda de Jesus, o Filho de Deus, à terra. Nós também recebemos o mesmo chamamento de DeusDurante a nossa preparação para a vinda do Senhor Jesus no Natal, apresenta-nos a Liturgia vários modelos para nosso estudo e imitação – quanto as nossas forças humanas e a nossa boa vontade no-lo permitirem. Neste Segundo Domingo de advento, surge aos nossos olhos a figura dum destes modelos: João Baptista.
Mesmo antes de nascer, foi o Baptista escolhido para Precursor de Jesus, para ser aquele que devia preparar a vinda do Filho de Deus à terra. Da chamada de João dissera o profeta Isaias ser ele aquele que ia preparar no deserto o caminho do Senhor, traçar no descampado uma senda para o nosso Deus (1a Leitura deste domingo). Quer dizer, João Baptista recebera de Deus uma chamada profética para o bem da humanidade inteira.
O que é talvez mais interessante para nós, é que também nós recebemos a mesma chamada da parte do Deus Salvador. Desde toda a eternidade nos escolheu Deus para sermos seus, primeiro, e para depois nos tornarmos seus agentes-promotores em todo o mundo. Fomos escolhidos, isto é, Deus olhou para nós e pôs em nós a sua confiança, pois queria associar-nos ao seu trabalho de amor para com todos os nossos irmãos e irmãs.
Mas Deus não só nos escolheu: a um dado momento da nossa história pessoal chamou-nos a si para se revelar a cada um de nós, para fazer de nós seus amigos íntimos, tal como fez Cristo com os seus discípulos.como Ele próprio explicou na parábola do Filho Pródigo, nas palavras que o pai diz ao filho mais velho: Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu (Lucas 15, 31). aos apóstolos fez Cristo o mesmo: chamou-os a si para que o conhecessem de perto, para os preparar para serem seus continuadores no trabalho de salvação por esse mundo além.
Escolheu-nos e chamou-nos Deus a cada um/cada uma de nós. Mas não quis ficar por aqui. Depois de nos escolher e chamar, envia-nos Deus, como discípulos de Cristo que nós somos. Fez de nós seus missionários. Não quis que nos fechássemos em nós próprios, pede-nos para abrirmos as portas do nosso coração e nele deixarmos entrar todos os que precisam duma boa palavra, duma boa obra nossa, do nosso bom exemplo que ajudará muitas outras pessoas a libertarem-se da ignorância espiritual, da sua pobreza, de tantas dificuldades que travam os seus andares pelos caminhos da vida. Pede-nos para partirmos, de corpo ou de alma e coração, rumo a todos os que sofrem perseguição, abandono, isolamento, incompreensão. Todos apóstolos, todos missionários, pois uma Igreja fechada em si mesma, uma Igreja sem missão, perderia a sua identidade de Igreja.
Foi assim que se comportou João Baptista, foi assim que viveu a sua missão a Mãe do Messias, aquela que na Igreja continua a ser missionária, como fez, em Fátima, por exemplo. Nem deveria ser esta escolha-chamada-envio um frete para nós, mas causa de glória e alegria.
Nesta senda, será o nosso advento um tempo de verdadeiro namoro que nos levará a sermos esposa mais perfeita de Cristo durante toda a nossa vida.