Manequins desfilam com hematomas de modo a sensibilizar que a violência doméstica é crime e não pertence exclusivamente a um estrato social
Manequins desfilam com hematomas de modo a sensibilizar que a violência doméstica é crime e não pertence exclusivamente a um estrato socialUm desfile de moda onde os manequins apresentam hematomas marcados no corpo integra a campanha de sensibilização que a associação Portuguesa de apoio à Vítima (aPaV) lança hoje. O desfile de moda real, no Museu da Electricidade, assenta numa produção de moda com manequins que vão desfilar pela passerele com marcas visíveis de violência física no corpo.
Lisboa, Porto e Cascais foram as áreas em que mais mulheres, vítimas de violência doméstica foram atendidas nos Gabinetes de apoio à Vítima: 34 por cento em Lisboa, 15,1 por cento no Porto e 13,3 por cento em Cascais. O primeiro contacto é geralmente estabelecido telefonicamente (prática registada em 54,7 por cento dos casos) é efectuado pela própria vítima (66,6 por cento), apesar de se verificar que os contactos de familiares (15,1 por cento) ganham cada vez mais relevância, segundo a associação.
Por ocasião das comemorações deste Dia internacional da eliminação da violência praticada contra as mulheres, são ainda desenvolvidas outras acções na Europa e que dizem respeito à violência. Numa delas, o objectivo é dar voz às crianças e mulheres que todos os anos são vítimas de mutilação genital feminina. Os números das Nações Unidas indicam que entre 100 e 140 milhões de mulheres e raparigas no mundo tenham sofrido mutilação genital. Três milhões de raparigas correm anualmente esse risco.
Portugal aparece na lista da Organização Mundial de Saúde (OMS), na lista dos países de risco no que respeita à esta prática, pela existência de imigrantes de vários países onde a mutilação genital feminina é praticada. Já foram efectuados dois estudos, um na zona da amadora e outro em Loures, mas não há dados que comprovem que a mutilação genital feminina é feita em Portugal.