a migração é um fenómeno “mundial, complexo e não passageiro”. Calcula-se que haja cerca de cinco milhões de imigrantes irregulares na Europa, ao passo que na américa serão 10 milhões
a migração é um fenómeno “mundial, complexo e não passageiro”. Calcula-se que haja cerca de cinco milhões de imigrantes irregulares na Europa, ao passo que na américa serão 10 milhõesÉ uma ilusão pensar que se conseguirá regular [a imigração], reforçando o controlo das fronteiras, afirmou Josef Voss, bispo auxiliar de Munster, alemanha. Vai contra o direito das pessoas. O prelado intervinha num seminário, em Liverpool, Inglaterra, sobre o tema as migrações, novo espaço de evangelização e solidariedade. O seminário foi organizado pela SECaM (Simpósio das Conferências Episcopais de África e Madagáscar) e pela CCEE (Conselho das Conferências Episcopais de Europa), durante o fim-de-semana.
O bispo alemão recordou que é dever da Igreja acompanhar e ajudar os imigrantes e, ao mesmo tempo, participar no debate político. O bispo de Porto-Novo, Benin, René Ehuzu, fez notar que as decisões sobre este tema não podem ser tomadas numa atmosfera de medo, como está a acontecer agora na Europa.
as remessas dos africanos enviadas para os seus respectivos países São três vezes superiores às ajudas e aos investimentos para o desenvolvimento, revelou o bispo do Benin. Em contrapartida os africanos perdem muito mais, deixando as suas terras (em termos de fuga de cérebros, de desenvolvimento falhado). É imensurávelmente muito mais do que ganham.
O cardeal Théodore-adrien Sarr, arcebispo de Dakar, Senegal, e vice-presidente do SECaM, recordou que a evangelização em África significa levar a boa nova a todos os homens, mas também tentar prevenir todas as crises que impedem o homem de ser verdadeiramente feliz e que, muitas vezes, estão no origem dos fluxos migratórios. E acrescentou: É verdade, a África está perturbada, mas qual é a nação que na sua história não foi sacudida por crises, conflitos, que puseram em discussão a sua unidade, a sua independência, a sua própria existência?.
a África é rica, possuindo um terço dos recursos minerais do planeta, mas os africanos paupérrimos. É um tesouro que não deve ser saqueado, nem vendido ao desbarato, afirmou o cardeal senegalês. Se não dermos à sua [de África] juventude um futuro de dignidade, ela afundar-se-á na violência e no extremismo, optando por emigrar em massa, sobretudo para a Europa e, deste modo, trará problemas terríveis.