Em tempo de crise, os centros alimentares desempenham papel importante na luta contra a crise. Em Carregal do Sal e Santa Comba Dão são preciosa ajuda para as famílias com dificuldades a vários níveis
Em tempo de crise, os centros alimentares desempenham papel importante na luta contra a crise. Em Carregal do Sal e Santa Comba Dão são preciosa ajuda para as famílias com dificuldades a vários níveisOs centros da associação Mãos Unidas Padre Damião, de Lisboa, estão situados em dois concelhos vizinhos do distrito de Viseu, Carregal do Sal e Santa Comba Dão. Vivem do trabalho de voluntários, que têm como missão aproveitar o que sobra a uns para dar a outros, conta a agência Lusa.
Carregal do Sal foi o primeiro do país.completou um ano de funcionamento no início deste mês. Seguiu-se Santa Comba Dão, em Janeiro deste ano, e brevemente abrirá um em Leiria. Estão pensados mais centros para o Porto, Bragança e Setúbal.
anabela abrantes, coordenadora do centro de Carregal do Sal, está convencida que estes centros irão espalhar-se pelo país para combater o alastrar da pobreza, por vezes escondida. Só quando abrimos este centro e vimos o número de pessoas que vieram ao nosso encontro é que nos apercebemos dos baixos rendimentos com que algumas famílias vivem, comentou a coordenadora.
O centro já apoiou mais de cem famílias. anabela abrantes não tem dúvidas: O número de apoios tem vindo a crescer. Os voluntários são procurados por vários tipos de famílias, umas mais jovens, outras oriundas de países de Leste ou desagregadas pelo divórcio. Procuram de tudo, desde alimentos, vestuário, mobiliário a electrodomésticos, explicou, contando que muitas vezes os voluntários apenas oferecem os seus ouvidos, porque há pessoas cuja única necessidade é serem escutadas.
No centro de Santa Comba Dão, a prioridade é dada aos casos de pobreza envergonhada, salientou a coordenadora, Eduarda Mota. aqueles que nada pedem são os que nos comovem mais. acabamos por saber pelos outros que eles têm necessidades, contou. Desde Janeiro, o centro apoiou 99 famílias.
Um dos casos que mais preocupa os responsáveis do centro de Santa Comba é o de um jovem ucraniano de 19 anos que em Janeiro perdeu um braço numa fábrica. Devido a problemas com a companhia de seguros, ainda não recebeu qualquer dinheiro. Temos tentado ajudá-lo. Já conseguimos arranjar-lhe uma advogada, mas gostávamos de poder fazer mais.