Fátima é cidade de Peregrinação, uma ponte entre o céu e a terra, lugar onde a oração deve fazer-se essencialmente com o coração
Fátima é cidade de Peregrinação, uma ponte entre o céu e a terra, lugar onde a oração deve fazer-se essencialmente com o coraçãoDeus criou o homem e concedeu-lhe tudo o que era bom, mas este não foi capaz de se contentar com tudo aquilo que o Senhor lhe deu. Quis mais e acabou por ter de percorrer o caminho sinuoso de um dia a dia onde as dificuldades de viver são cada vez maiores.
Tem que ganhar o seu sustento e dos seus com o suor do seu rosto, quantas vezes lutando contra a doença e a falta de condições mínimas de sobrevivência. Mas Deus sempre foi e será amor e Misericórdia, por isso continua a colocar no nosso caminho os meios para conseguirmos uma vida melhor. Fátima é um desses caminhos ao alcance de todos nós. Não é o lugar em si que nos deve fazer mover, mas principalmente a busca da fé. Desde tempos imemoriais que os povos peregrinam, a maior parte deles em busca de algo melhor.
Peregrinar é um acto que apenas tem sentido quando procuramos ir ao encontro do Senhor. Tanta gente tem o desejo de ir à Terra Santa, Roma, Lurdes, Santiago de Compostela ou outros lugares santos, mas peregrinar a Fátima é diferente.
Na história recente de Portugal, Fátima constituiu uma âncora para aqueles que se sentem desprotegidos. Quando um dia abordei uma jovem mãe – levava nos braços o seu filho de menos de um ano – que percorria de joelhos o caminho dos penitentes que liga à Capelinha das aparições, ela parou momentaneamente e disse-me: Vim agradecer a Nossa Senhora a graça que lhe pedi antes do nascimento do meu filho. Mais tarde, tive oportunidade de a conhecer e saber um pouco da sua história de vida, afinal igual a tantas outras, que apesar de ter uma fé pouco profunda, não teve qualquer dúvida em pedir o apoio de Nossa Senhora em momento difícil. Claro que esta é uma forma menos aconselhável de pedir e agradecer, pois o sacrifício é duro, mas o respeito pela pessoa humana deve suavizar qualquer critica. Estamos a recordar-nos das palavras de Lúcia nas suas memórias: Eu tinha prometido à Santíssima Virgem, se ela me concedesse o que lhe pedia – a cura de sua mãe, lembramos – ir aí (á Cova de Iria), durante 9 dias seguidos, acompanhada de minhas irmãs, rezar o rosário e ir, de joelhos, desde o cimo da estrada até ao pé da carrasqueira e, no último dia, levar 9 crianças pobres e dar-lhes, no fim, um jantar.
assim o fez e certamente que o Senhor o aceitou com amor. Mas peregrinar a Fátima não é apenas para pedir e agradecer, pois há gente de todas as idades e condições que o faz, porque, dizem, lá encontram uma paz interior indescritível. acreditamos que assim seja e também desejamos que cada um de nós possa encontrar essa paz no coração materno de Maria.