assassinada há dois anos num assalto à missão de Fonte Boa, a missionária Idalina Gomes, dos Leigos para o Desenvolvimento, é homenageada, quinta-feira, 6 de Novembro, no concelho de onde é natural
assassinada há dois anos num assalto à missão de Fonte Boa, a missionária Idalina Gomes, dos Leigos para o Desenvolvimento, é homenageada, quinta-feira, 6 de Novembro, no concelho de onde é natural a jovem missionária, natural de Fontearcadinha, partiu em Outubro de 2005, poucos meses antes de completar 30 anos, para a Missão de Fonte Boa, em Tete. apesar de ter tirado um curso de Direito e de ter exercido advocacia, isso não a realizou, contou à agência Lusa o presidente da Câmara de aguiar da Beira, Fernando andrade. amigo de Idalina Gomes e da sua família, o autarca recorda que, no dia em que Idalina lhe comunicou que ia em missão para Moçambique, tentou dissuadi-la, lembrando-lhe os muitos sacrifícios que os pais tinham feito para lhe pagarem os estudos.
a missionária leiga mostrou-se decidida a passar por essa experiência para se sentir realizada, refere Fernando andrade. O autarca descreve a missionária como uma pessoa muito virada para os outros, muito solidária e insatisfeita. Esta característica é sugerida no título de um livro que a autarquia lança quinta-feira, intitulado Idalina Gomes – Confidências de uma alma inquieta. Estão aí transcritas cartas que a missionária enviou a familiares e amigos, assim como testemunhos destes.
Nas cartas transparece como se sentia completamente realizada apesar de estar a ter uma vida dura, porque estava a ser útil aos outros, afirma Fernando andrade. a prova da sua satisfação é que tinha vontade de continuar na Missão – onde se misturou com o povo, trabalhou na agricultura e na construção de um orfanato e deu catequese – tendo renovado o seu compromisso de missionária por mais um ano.
a 6 de Novembro de 2006, a missão de Fonte Nova foi assaltada por um grupo de homens. Na confusão do assalto, cada um fugiu e ela tentou ir para o jipe, explica o autarca. Os assaltantes correram atrás dela, atacaram-na e assassinaram-na. as suas confidências ficam agora registadas em livro, coordenado e editado pela Câmara. a edição é de 1. 500 exemplares, que o autarca deseja que se torne motivo de reflexão para os jovens.