“Não tenho a mí­nima dúvida de que as dificuldades ainda não atingiram o seu apogeu e que a classe média/média baixa vai ser particularmente afectada”, afirma Fernando Nobre
“Não tenho a mí­nima dúvida de que as dificuldades ainda não atingiram o seu apogeu e que a classe média/média baixa vai ser particularmente afectada”, afirma Fernando NobreOs orçamentos familiares parecem estar cada vez mais curtos. Nos primeiros nove meses de 2008, o número de pedidos que chegou à assistência Médica Internacional aumentou 20 por cento, em relação a igual período do ano anterior. O nível da procura tem aumentado. Mas o que mais preocupa é que há já uma grande percentagem de pessoas que até trabalham mas que não conseguem esticar o orçamento até ao fim do mês e que vêm pedir sobretudo alimentos , salienta Fernando Nobre, citado pelo Público.
O aumento dos juros dos empréstimos e a subida dos alimentos obriga a uma ginástica financeira e alimentar. Oitenta e sete por cento das pessoas que nos solicitam invocam dificuldades financeiras, mas só 40 por cento estão desempregadas. Ou seja, a maioria até está a trabalhar, mas têm empregos precários, com baixas remunerações e que são insuficientes para fazer face às solicitações , refere o médico.
agora já há sem-abrigo mulheres e 13 por cento dos sem-abrigo que vivem na rua e em vãos de escada estão empregados . Nota-se um aumento das solicitações, nomeadamente por parte dos que seriam de classe média, e que pedem, sobretudo, alimentos e roupa. Os idosos também estão a aumentar imenso e já há jovens a procurar ajuda. Por estarem desempregados ou por terem insuficiência de rendimentos , descreve Tânia Matos, da Legião da Boa Vontade.
Junto do Banco alimentar contra a Fome tem havido um número crescente de pedido de apoio, por várias razões. Isabel Jonet salienta que há uma pobreza mais estrutural, vivida pelos idosos, desempregados de longa duração e famílias com menos qualificações. E há os outros pobres mais conjunturais, cujos problemas decorrem do sobre-endividamento.