“Sempre que há perturbações económicas, são os mais pobres que sofrem mais, não importa onde estejam, seja em países ricos ou pobres”
“Sempre que há perturbações económicas, são os mais pobres que sofrem mais, não importa onde estejam, seja em países ricos ou pobres” a crise pode ainda estar para durar. Quem o diz é o prémio Nobel da Paz, Muhammad Yunus. as próximas duas semanas são críticas para verificar se os níveis de confiança voltam ao normal sem os quais os bancos não voltam a conceder empréstimos para reanimar o sistema económico, afirmou o antigo professor de Economia, numa entrevista à Lusa. Yunus aponta que o pior ainda não passou e que a instabilidade pode repetir-se em breve.
Esta crise não será a última. Pode voltar a acontecer no futuro próximo, alerta Yanus, o autor do livro ‘O banqueiro dos pobres’. Em causa ficam, também, todos os esforços efectuados, ao longo doe muitos anos, para reduzir a pobreza. Os que estavam a tentar fugir da pobreza são empurrados de volta e não conseguem fugir. aqueles que acabaram de sair da pobreza são sugados de volta , disse.
Ou seja: Se um milionário perde meio milhão tem outro meio milhão. Sente-se mal, mas tem ainda muito dinheiro de sobra. Se um pobre perde o emprego perde tudo, até a roupa que traz no corpo. Perde a ração diária de comida. Os pobres perdem tudo . Para evitar uma situação deste tipo, o Nobel da Paz apela a uma solução mundial, rápida e concertada.
Muhammad Yunus preconizou a criação de um banco que empresta dinheiro aos mais pobres, em 1976. actualmente, o banco Grameen, que empresta pequenas quantias sem exigir garantias, papéis ou identificação, tem 6. 6 milhões de clientes. Quase todos eles estão a criar pequenos negócios próprios para fugir da pobreza e a taxa de recuperação dos empréstimos é de 98. 85 por cento.