« a maioria desta gente é pobre», refere a enfermeira-chefe, Meherey Gedebo. «Esperamos que as chuvas possam acabar com esta situação dentro de dois ou três meses»
« a maioria desta gente é pobre», refere a enfermeira-chefe, Meherey Gedebo. «Esperamos que as chuvas possam acabar com esta situação dentro de dois ou três meses»adenech Mekannen, 27anos, é mãe de quatro crianças. Levou a filha de três anos ao centro de saúde, porque o meio hectare de terra que possui não lhe garantiu a colheita suficiente para alimentar os filhos. a partir de Junho, os centros de saúde de Girara e Badessa, no sul da Etiópia, começaram a encher-se de crianças. Chegam a ter 78 pacientes, por dia.
Este ano foi o pior, por causa da seca, explica a mãe aflita. Não conseguimos alimentar as crianças. até o mais velho de cinco anos teve que ser tratado para se restabelecer. O centro de saúde administra uma pasta de amendoim, leite em pó, açúcar e vitaminas, que permite às crianças desnutridas restabelecer-se em duas semanas. O tratamento não necessita de hospitalização.
a desnutrição generalizou-se devido à seca do ano passado, que provocou uma subida extraordinária dos preços. a grande maioria dos lares etíopes teve dificuldades alimentares, com a consequente generalização da desnutrição. a crise nutricional no sul da Etiópia depende sobretudo da duração do período das chuvas, da ajuda humanitária e das redes de apoio, explica Sally Stevenson dos Médicos Sem Fronteiras.
a secção das Nações Unidas para a ajuda humanitária na Etiópia tem um défice de 170 mil toneladas de géneros. O número de centros de nutrição passou, nos últimos três meses, de 200 para 600. No mesmo período, registaram-se 26. 500 novos casos, segundo a Organização Mundial de Saúde.