Está a decorrer em acra, capital do Gana, África, o fórum sobre a Eficácia da ajuda aos países em vias de desenvolvimento. O modelo de ajuda está sob fogo cruzado de organizações e Igrejas
Está a decorrer em acra, capital do Gana, África, o fórum sobre a Eficácia da ajuda aos países em vias de desenvolvimento. O modelo de ajuda está sob fogo cruzado de organizações e Igrejasacra deve ajudar os pobres a tornarem-se protagonistas do seu desenvolvimento, afirmam os representantes das Igrejas Cristãs que participam no fórum sobre Eficácia da ajuda. Metade das ajudas são destinadas a consultores caros que respondem às orientações dos doadores, acusa Gweneth Berge, representante da aCT Development, uma aliança de Igrejas e associações empenhadas na erradicação da pobreza e a violação dos direitos humanos.
as comunidades locais devem ter um papel maior em decisões que condicionam as vidas de muitas pessoas, acrescenta. Esta mudança de método significa o fim das condições impostas pelos doadores internacionais que continuam a minar a gestão democrática das ajudas. Gweneth Berge critica deste modo o actual sistema das ajudas aos países menos desenvolvidos.
a nossa preocupação está em que os interesses dos pobres não estejam reflectidos nos documentos preparatórios da conferência de acra, lê-se num documento assinado pela Caritas Internacional, pelas Conferência Episcopais de África e outros organismos. Cerca de 29 mil crianças, com menos de cinco anos, morrem diariamente cada 21 minutos, devido a causas evitáveis. Seis dos cerca de 11 milhões de crianças que morrem anualmente poderiam ser salvos com medidas eficazes de baixo custo e baixa tecnologia, esclarece Mvume Dandala, secretário das Igrejas e organizações africanas. acra tem a possibilidade de pôr fim ao escândalo da pobreza, mas unicamente se ajudar os pobres a serem autores do seu próprio desenvolvimento, acrescenta.
Francisco Silota, bispo de Chimoio, Moçambique, sublinha: as Igrejas e organizações religiosas são grandes fornecedores de saúde, instrução e outros serviços sociais aos países em vias de desenvolvimento. Devem ser reconhecidas como parceiros no fornecimento de ajuda ao desenvolvimento. O prelado moçambicano acrescenta: Contribuímos para uma mudança de mentalidade dos cidadãos africanos. a síndroma da dependência deve ser superada. as pessoas devem perceber que receberam talentos e carismas para definirem o próprio destino.
Participam no fórum 800 representantes de doadores multi e bilaterais, governos de países em vias de desenvolvimento e organizações da sociedade civil. a reunião examinará a declaração de Paris, de Março de 2005. O documento pretende ajudar a atingir um dos objectivos de desenvolvimento do Milénio, fixado pelas Nações Unidas, que consiste em reduzir a pobreza global para metade até 2015.