«Na minha região extrai-se uma enorme variedade de produtos locais. a amazónia brasileira deve ser preservada», afirmou o poeta Jaime Silva há 23 anos na Universidade de Brasí­lia
«Na minha região extrai-se uma enorme variedade de produtos locais. a amazónia brasileira deve ser preservada», afirmou o poeta Jaime Silva há 23 anos na Universidade de Brasí­liaNos últimos 30 anos, 750 mil quilómetros quadrados de floresta do pulmão do mundo desapareceram, mais de oito vezes a superfície de Portugal. a história deu razão ao poeta brasileiro Jaime Silva: Está-se a projectar uma estrada que, por detrás da máscara do progresso, traz apenas devastação.
Tinha razão. as últimas três décadas mostram que a amazónia brasileira de seis milhões de quilómetros quadrados está a ser destruída a um ritmo impressionante e crescente. Na maior floresta do planeta vivem duas mil espécies de peixes e outras tantas de aves; 1. 800 tipos de borboletas, três mil de formigas, 2. 500 de abelhas, 470 de repteis, 500 de anfíbios e mais de 400 de mamíferos.
as imagens recolhidas a partir de satélites confirmam que as árvores da floresta desaparecem a uma velocidade cada vez maior. De 2002 a 2004 foram destruídos, em média 24 mil quilómetros quadrados de floresta, o equivalente a seis campos de futebol por minuto. Impulsionadas pela política dos biocarburantes, as plantações de soja e milho proliferam. Segundo o governo brasileiro, 60 por cento das madeiras são exportadas ilegalmente para os Estados Unidos, União Europeia e China. Em 1970 a produção de madeira era de 53 mil metros cúbicos, em 2005 atingiu um milhão e cem mil metros cúbicos. a organização Greenpeace afirma que mais de três mil serrações trabalham ilegalmente na região.
a amazónia brasileira é um complexo geográfico muito complexo, não apenas de plantas e animais, mas sobretudo de água. É a maior bacia hidrográfica do mundo.com sete milhões de quilómetros quadrados, contra os 2,8 do Nilo, é um lençol de água primário ameaçado pelo número crescente de barragens. O equilíbrio está em risco pelo aumento da temperatura que altera cada vez mais o nível das neves perenes dos andes, que alimentam o rio amazonas. a torneira do maior rio do mundo está a fechar-se progressivamente.