Julgamento do recurso contra a Raposa Serra do Sol pelo Supremo Tribunal Federal começa hoje, 27 de agosto, em Brasí­lia. a expectativa é grande. Está em jogo luta com mais de 30 anos
Julgamento do recurso contra a Raposa Serra do Sol pelo Supremo Tribunal Federal começa hoje, 27 de agosto, em Brasí­lia. a expectativa é grande. Está em jogo luta com mais de 30 anosO processo que conduziu à atribuição da terra indígena Raposa Serra do Sol, Roraima, no extremo norte do Brasil, às tribos Macuxi, Wapichana, Ingarikó, Taurepang e Patamona, com o decreto de Lula da Silva de 2005, foi posto em causa por seis fazendeiros e pelo governo estadual de Roraima. O recurso para o Supremo Tribunal Federal (STF) começa a ser julgado hoje em Brasília.
a decisão é decisiva para o futuro destes povos. Há mais de trinta anos luta pela vida e a dignidade dos povos indígenas de Roraima e do Brasil, afirma Jacir de Sousa e Pierlângela da Cunha, líderes indígenas que visitaram vários países de Europa, em Junho e Julho passados, em busca de apoios. Tivemos a sorte de sentir de perto toda a sua generosidade e carinho durante a nossa viagem, que obteve bons resultados.
Da Europa, a campanha anna Pata anna Yan – Nossa, Terra Nossa Mãe continuou no Brasil. Do mesmo jeito que levamos ao conhecimento da sociedade europeia a situação dos povos da Raposa Serra do Sol, estamos tentando levar a toda a sociedade Brasileira. Os índios estão confiantes de que no julgamento a justiça prevalecerá e será favorável a defesa dos direitos dos povos indígenas, confessam os líderes. Todo nosso esforço e o de vocês terá aí a sua recompensa.
Espera-se que a decisão do STF confirme o decreto de Lula da Silva, que concede aos povos indígenas o uso da terra que sempre habitaram. após uma decisão favorável aos índios, os fazendeiros, que ocuparam ilegalmente aquelas terras, terão de cumprir a lei que os obriga a trocar a Raposa Serra do Sol por outras terras que o governo federal lhes atribui. Deste modo os povos indígenas poderão viver em paz em sua casa sem a contínua violação dos seus direitos e a ameaça constante de actos violentos que põem em perigo as suas vidas.