Poucas horas antes da abertura dos Jogos olímpicos, a organização «Repórteres Sem Fronteiras» conseguiu quebrar a forte segurança chinesa e tomou o controle de uma das frequências de rádio chinesas
Poucas horas antes da abertura dos Jogos olímpicos, a organização «Repórteres Sem Fronteiras» conseguiu quebrar a forte segurança chinesa e tomou o controle de uma das frequências de rádio chinesasTratou-se de um protesto simbólico a favor da liberdade de imprensa. a associação internacional Repórteres Sem Fronteiras (RSF) que defende e vigia a liberdade de imprensa e de expressão conseguiu estar no ar durante 20 minutos com a transmissão de um programa em chinês, inglês e francês.começou às 8,00 da manhã (1,08 em Portugal), exactamente 12 horas antes do início da cerimónia inaugural dos Jogos.
a China é o país da censura e este programa é a nossa forma de ridicularizar as autoridades chinesas que ainda mantêm centenas de jornalistas e internautas na prisão, afirmou uma voz no início da transmissão radiofónica. O grupo com sede em Paris afirmou que esta foi a primeira vez que um protesto deste género foi realizado na China desde 1949, ano em que o Partido Comunista tomou conta do poder.
É a nossa forma de lhes [às autoridades chinesas] dizer: apesar de tudo o que fazem, aqui estão as vozes das pessoas que vocês querem calar e elas estão a falar no coração de Pequim exactamente no primeiro dia dos Jogos Olímpicos, acrescentou o locutor. É a nossa maneira de dizer: Quaisquer que sejam as medidas que vocês tomem, nunca serão capazes de abolir o direito à liberdade de expressão, sublinhou.
a emissão foi ouvida em vários distritos de Pequim e é a primeira do género em mais de meio século, segundo referiu a organização num comunicado enviado à imprensa no final do programa. Esta é a primeira estação de rádio não estatal a transmitir na China desde que o Partido Comunista controlou o poder em 1949, observou a organização.
a RSF organizou e levou a cabo este protesto num espírito de resistência contra o controlo estatal dos meios de comunicação. Este é o segundo protesto a ocorrer em Pequim nos dias que antecedem o início dos Jogos. Seguiu-se à acção de protesto de quatro activistas estrangeiros do grupo Estudantes para um Tibete Livre, a favor da independência do Tibete perto do Estádio Nacional.