Na análise aos acontecimentos da Quinta da Fonte permanece uma realidade que “urge encarar de frente”: a proliferação de armas legais e ilegais, alerta a CNJP
Na análise aos acontecimentos da Quinta da Fonte permanece uma realidade que “urge encarar de frente”: a proliferação de armas legais e ilegais, alerta a CNJPOs tiroteios da Quinta da Fonte vieram despertar, brutalmente, a sociedade portuguesa para a realidade da proliferação das armas e para o triste cortejo de fenómenos na sua origem ou a ela associados que, de uma vez por todas, urge encarar de frente, com coragem, para que sejam erradicados. O apelo lancinante é da Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), divulgado por estes dias, a propósito dos acontecimentos deste bairro social de Loures, em que indivíduos das comunidades cigana e negra se envolveram em confrontos armados.
Para o Observatório Permanente sobre a Produção, Comércio e Proliferação de armas Ligeiras da CNJP, responsável pelo comunicado divulgado, o que está em causa, em primeiro lugar, é a proliferação das armas, legais ou ilegais. De acordo com os dados deste observatório, que se tem dedicado nos três últimos anos ao estudo do fenómeno, as armas legais são um milhão e quatrocentas mil, pelas últimas contagens, oitenta por cento das quais de caça, as segundas não se sabe quantas, por definição, mas não serão menos de cinquenta a sessenta mil, número absolutamente preocupante. Um problema como este revela outro como o das actividades ilícitas associadas à utilização das armas ilegais e de muitas armas legais retiradas a seus donos.
a CNJP alerta ainda para o facto de, no caso da Quinta da Fonte [esperar-se] que os autores do tiroteio, de um lado e doutro, sejam identificados, sem excepções, e punidos com a severidade que a Lei recomenda. É igualmente indispensável que as actividades a que se dedicam sejam devidamente escrutinadas para que se esclareça se elas, mais do que questões étnicas ou de má vizinhança, estariam por trás da tensão crescente ao longo de tantos anos e que acabou por eclodir a 11 de Julho de 2008.
O texto completo do Observatório de armas Ligeiras pode ser lido no site da CNJP